Kwanza- Sul - A vontade foi expressa sábado último na cidade do Sumbe pelo presidente do partido do galo negro Adalberto Costa Júnior no momento da homenagem aos heróis da resistência colonial no âmbito dos 54 anos da fundação da UNITA celebrados em 13 de Março do presente ano.

*Fernando Caetano
Fonte: Club-k.net

Num discurso de cerca de hora e meia, sem papel, apenas de improviso, mas de significado histórico relevante, Adalberto Costa Júnior muito ovacionado centrou a sua a locução em homenagens àqueles que palmilharam lado-a-lado os ideiais de Muangai com o presidente fundador Jonas Malheiro Savimbi.

 

Os primeiros homenageados foram os mais-velhos: Antonino, Vihemba e Chipipa que perguntados sobre o que lhes faz resistir até aqui, responderam: “Nós temos coragem e vontade de continuar a lutar até sermos governo. Primeira coisa que nos fez resistir, nós fizemos um juramento de sangue tirado da veia de que nunca vou traír. Vou até ao fim, alcançar a victória, é o que nos fez resistir até hoje e continuamos, vamos até a victória final. Queriamos pedir a todos sobretudo os jovens: respeitem os mais-velhos e, os mais-velhos também respeitem os jovens”.

 

“A UNITA começou em 13 de Março de 66 mas isto era no Moxico onde as pessoas não tinham nem educação, nem nada… aderiram e isto nos dá coragem. Agora a UNITA chegou na cidade onde as pessoas têm educação, tem tudo e sabem o que está mal e o que está bem, e vocês podem julgar a situação hoje. Se vocês todos estão bem ou estão mal”.

 

Depois chegou a vez de um dos conjurados do 13 de Março a par do General reformado Samuel Chiwale que esteve ausente. O homenageado foi Ernesto Mulato que já foi vice-presidente da UNITA: “O Dr. Savimbi disse: se a UNITA não resistir, não se guindar a altura da defesa das massas populares de Angola, o povo angolano não terá mais nada. Esta foi a principal, razão que até este momento nós estamos a lutar”.

 

De homenagens aos dinossauros da UNITA, foi feito um ponto parágrafo para dar lugar ao seu presidente Adalberto Costa Júnior falar da importância dos campos agrícolas que para ele…


“Está muito abandonado no país de hoje. O campo vai ficando vazio porque as pessoas são atraídas para cidade porque no campo não se investe mas, é no campo também onde está uma das maiores riquezas do nosso país e, é no campo onde tem que se investir, no campo sem dúvidas, nas pessoas do campo, no potenciar os instrumentos de desenvolvimento do nosso interior. Um país extremamente potenciado, a nós não nos falta nada. O nosso país tem tudo para vencer, um país grandioso, um país cheio de condições agrícolas, um país cheio de água que é aquilo que os nossos vizinhos não têm e que a maior riqueza hoje não é o petróleo, é a água. E foi o desenvolvimento do campo que fez por exemplo que uma província como o Kwanza-Sul no tempo doutra senhora, ser uma potência em termos de Angola. Nesta província estava um dos celeiros de Angola, os mais-velhos sabem. Estava a indústria ágro-pecuária que alimentava e exportava para fora de Angola. Uma parte do campo é que construíu as cidades grandes de hoje e nós com isso queremos dizer que o campo que tem muito do segredo do nosso desenvolvimento e que deve merecer a nossa atenção. E foi no campo que o Doutor Savimbi investiu fortemente”.

 

Os antigos combatentes e veteranos também foram lembrados e homenageados por Adalberto. Já na casa dos mais de 80 anos Muzoy, Socola e Sicola relembraram com nostalgia momentos com Jonas Savimbi tendo a mais-velha Sicola afirmado que desde o seu ingresso na UNITA não conheceu até hoje alguma febre, o que faldo na sua língua materna umbundo lhe dá forças para continuar na UNITA.

 

Um dos momentos mais altos foi quando o presidente da UNITA chamou aqueles que para a UNITA foram os grandes comandantes da liberdade. Generais reformados regressados à vida política Demóshenes Chilingutila, Wío, Abílio Camalata Numa, Apollo Yakuvela, Tchassanha e Lucamba Gato.

 

Chilingutila fala do melhor que apreendeu com Jonas Savimbi: “O melhor que eu pude apreender com os ensinamentos do Doutor Savimbi, primeiro amar o povo, entender os problemas do povo, mesmo como general você tens que descer até o povo para ser útil. Continuamos determinados e olhando para vós como jovens, temos esperança de que havemos de chegar lá”.

 

O general Wío falou do respeito existente entre as chefias militares: “Nós conhecemos quem é mais-velho entre nós os generais. Aquilo que o general Chilingutila falou, eu não tenho mais que acrescentar, mas estavamos é a cumprir uma missão do partido. Terminada essa missão, regressamos outra vez para o seio da nossa mãe”.

 

Abílio Camalata Numa que por duas vezes concorreu à presidência da UNITA chamou atenção a Adalberto Costa Júnior para união no seio do seu partido: “Por ter assistido momentos muito profundos da história do nosso partido e, o mais nobre foi a queda do nosso mestre que nos deixou, para servir de ponte para nós estarmos aqui. Senhor presidente quero pedir-vos neste momento, reconciliar o partido. Porque só unidos é que venceremos. A nobreza do nosso partido será quando todos nós estivermos irmanados. Aqueles que nos deixaram com história própria, também sempre amaram a UNITA e, é esta mensagem que eu queiro vos deixar”.


O apelo a juventude a trabalhar firme seguindo os ideais de Muangai foi deixado pelo general Apollo Yakuvela: “Juventude que aqui está presente, nós quando seguimos o Doutor Savimbi eramos jovens como vocês. Viemo-nos juntar a todos, à direcção do partido para ver se podemos fazer todos a força e chegarmos ao nosso objectivo”.

 

O general Tchassanha como sempre defende justo salário mínimo nacional: “Hoje estou aqui convosco e, entendo que a viagem não chegou ao fim. Enquanto o salário mínimo nacional não conseguir comprar dois sacos de arroz neste país, a liberdade não está alcançada”.


O general Lucamba Gato esteve com Jonas Savimbi nos últimos dias da sua morte e deu o seu testemunho: “Que no fatídico 22 de Fevereiro de 2002, tombou no campo da honra o velho Jonas. Nós na altura dissemos: morreu o mais-velho mas, ele deixou um projecto e formou quadros, vamos prosseguir. Nós pegamos o facho, fizemos uma caminhada curta antes de entregá-lo ao mais-velho Samakuva”.

 

Mas afinal há quem ao longo dos dias estava viver um drama sozinho. Este é Isaías Samakuva que desdramatizou da seguinte forma: “Mas, esses dias eu vivo um drama e o meu drama é o orgulho que tenho de ter pertencido a este grupo de valorosos combatentes. É orgulho de participar nesta epopéia que vai terminar com uma victória sem dúvidas. Queria só convidar os jovens para participarem nesta epopéia”.

 

A dois filhos de Jonas Savimbi nomeadamente: Tão Savimbi e Ginga Savimbi também foi reservada a respectiva homenagem: “Vou ao encontro das palavras do general Numa, eu peço ao presidente do nosso partido de tudo fazer para reconciliar este partido. Temos um único presidente, é o presidente Adalberto Costa Júnior. A nossa epopéia chega ao fim.


A juventude devia participar do fim dessa epopéia. Não temos dois presidentes, só temos um. Ajudemos o nossso presidente a cumprir a sua missão. Essa é a hora de Deus”.

“É uma honra estar com todos aqui e com todos os mais-velhos que fizeram da UNITA a grande que ela é, muito obrigada”.