Luanda - A participação da mulher angolana na vida política do país tem estado a conhecer avanços embora ainda haja muito a fazer, disse a socióloga Tânia Carvalho, comentarista do programa “Angola no Feminino”.

Fonte: VOA

“Temos que ser suficientemente humildes para reconhecer que há mudanças significativas”, disse Tânia Carvalho falando no programa “Angola Fala Só”.

 

“Não são aquelas que ainda desejamos mas é o caminho em que estamos avançando”, acrescentou a comentarista que recordou que Angola é ainda um país “muito novo” sublinhando que agora já há duas das 18 províncias a serem governadas por mulheres.

 

“Não é um número que alegra mas pelo menos dá esperança daquilo que poderemos mais à frente conquistar”, acrecentou Tânia Carvalho que recordou que os Minsitérios da Saúde e Educação – “sectores chave na governação” – são dirigidos por mulheres.

 

Noutro passo do programa Tânia Carvalho defendeu o combate à corrupção levado a cabo pelo governo de João Lourenço acrescentando que “infelizmente (o presidente) está a levar a cabo uma luta quase que sozinho”.

 

“Hoje tem apoio, amanhã não tem apoio”, disse a convidada do “Angola Fala Só” para quem há muitas vezes oposição a esse combate porque “o ser humano é por natureza resistente à mudança”.

 

Esse combate tem dividio o próprio MPLA porque “as pessoas às vezes filiam-se a causas e a pessoas", disse.

 

“Para uma Angola melhor tudo passa pelo combate à corrupção”, acrescentou.

 

Tânia Carvalho rejeitou a ideia de haver uma “caça às bruxas” nas actuais investigações à corrupção como tem sido alegado por alguns.

 

“Só há caça às bruxas se foram as bruxas que roubaram”, acrescentou.

 

Tânia Carvalho frisou no entanto que quando se fala do combate à corrupção “não se pode olhar simplesmente para o tecto, para os políticos ou pessoas políticamente expostas”.

 

Para a comentarista angolana é preciso levar esse combate a outros níveis como contra os funcionários que desviam material didático para vender ou cobram preços de matrículas nas escolas.

 

No programa Tânia Carvalho disse não poder dar uma opinião sobre se vão ou não realizar se eleições autárquicas afirmando que é preciso aguardar para ver se o governo faz o que cumpriu.

 

Interrogada sobre se aceitaria um convite para fazer parte do governo Tânia Carvalho afirmou não ter pensado sobre isso.

 

“Não sei, mas sei que podemos ser úteis fora do governo”, disse.

 

Tânia Carvalho defendeu o direito de voto para os expatriados angolanos.

 

“Somos todos angolanos”, afirmou e descreveu ainda de “intragável “ a lei que retira ao parlamento a possibilidade de monitorizar as actividades do governo.