Luanda - A ciência, permite aos governos, a proporcionarem uma qualidade de vida melhor aos seus cidadãos! Através dela, muitas doenças, foram eliminadas, outras controladas.

Fonte: Club-k.net

Há ainda a salientar o lado da tecnologia, que facilita a vida das pessoas no dia a dia. Graças à ela temos os automóveis, a corrente eléctrica, os meios de telecomunicações internet, desenvolvemos telescópios super poderosos e conseguimos alcançar as estrelas. Sem a ajuda da Ciência, o mundo, não seria o que é, não teríamos a evolução que temos!


Pelo que nos é dado a ver na nossa terra dirigem as instituições com base no senso comum. Com a excepção do sector petrolífero, basta ver o que acontece nos mais variados organismos públicos e, não só. Parece estar lançado um desafio a ver quem re-inventa melhor a roda. Angola não é o único, nem o primeiro país no mundo a debater-se com problemas como: PROFISSIONAIS COM FALSOS DIPLOMAS, PROFISSIONAIS MAL FORMADOS E INCOMPETENTES, FALTA DE QUALIDADE DO SISTEMA DE ENSINO, MAU SERVIÇO MÉDICO, FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO, DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL E ENERGIA ELÉCTRICA DEFICIENTES, VENDA AMBULANTE DESORDENADA, DESACATO À AUTORIDADE, MAUS JORNALISTAS, etc, etc. Há ja muitos estudos feitos nestas e noutras matérias. É só usar as ciências camaradas Chefes, ela resolve, acreditem. Mas resolve mesmo.


O mundo está lutar contra o coronavírus, para onde é que estão voltados os olhos de todos? Nos cientistas, políticos, população em geral, estamos todos a espera que os cientistas tragam a cura para nos tranquilizar.


Existem várias evidências para sustentar a ideia de que governamos a nossa terra com base no empirismo. É inaceitável que em pleno sec.XXI continuemos a dirigir as nossas organizações na base do empirismo e da tentativa, acerto ou erro para resolver os problemas. Dizem muitos: “Para acertar temos que fazer. Corremos o risco de errar? Sim, faz parte, mas não podemos ter medo de tentar, medo de errar. O erro faz parte é aprendizado. Por isso, tentemos e tentemos e tentemos, o acerto virá de uma forma ou de outra. Talvez facilmente, talvez depois de alguns erros, mas virá”. Nada disso meus senhores, vocês não precisam mais de perder tempo a errar para depois acertar, não sei quantas vezes depois de errar, outras sociedades já passaram, há muito tempo, pelo que nós estamos a passar, hoje.


A ciência está nos livros. Repliquemos as soluções dos outros, com as devidas adaptações, claro.


Uma das evidências a atitude das nossas autoridade sanitárias quando começaram a se dar os primeiros casos na China. Estávamos nos primeiros dias do mês de Fevereiro deste ano quando a situação do vírus começou a ficar mais séria. Muitas vozes levantaram-se para questionar, a estratégia que se devia tomar diante do problema e, qual foi a resposta? “O país está preparado para enfrentar o coronavírus”, sempre disseram isso até há bem poucas horas quando se nota que não é bem assim. Prova disso é o tratamento dado aos passageiros do último vôo da TAAG vindo de Lisboa. Há relatos que o governo não tem condições técnicas, organizacionais e financeiras para proceder a quarentena formal de todos os passageiros, pelo que decidiu proceder a quarentena domiciliar dos mesmos.


Ainda em finais de Janeiro e princípio de Fevereiro, apesar das recomendações da Organização Mundial de Saúde de que as medidas drásticas não seriam ainda necessárias, Governos e companhias aéreas em todo o mundo estavam já a suspender as viagens com a China, por causa do coronavírus.


Na altura, a Austrália juntara-se aos Estados Unidos, negando a entrada de estrangeiros vindos da China. Na sequência, Israel também disse que recusaria a entrada de estrangeiros vindos daquele país. O Vietname suspendeu todas as viagens aéreas para a China, a Itália proibiu os voos de entrada, o primeiro país da União Europeia a fazê-lo, e a Qatar Airways tornou-se na primeira companhia aérea do Oriente Médio a suspender os voos para a China. Muitos outros países fecharam/suspenderam as viagens com a China. E nós? Quarentena!!!!


A pergunta que já na altura se colocava era: Temos condições para colocar de quarentena tanto fluxo de passageiros vindo da China?!!


Também viu-se já na altura que não tínhamos logistica, não tínhamos controlo adequado no aeroporto internacional, nem laboratórios, nem hospitais apetrechados para brincarmos de quarentena, nem tão pouco técnicos de saúde especializados.


A outra evidencia é por exemplo a noticia de há quatro meses, sobre a proposta para a introdução de propinas no ensino superior público. Segundo a Angop se prevê que seja estipulado um valor de 1050 e 2100 Kwanzas por mês, FALA SÉRIO!


Essa quantia irrisória vai acrescentar algum valor ao ensino superior? Quer me parecer que não. Tomar decisões sem um estudo prévio, só pode mesmo dar nisso, medidas paliativas. A propina visa essencialmente financiar a indústria da educação (pagando salários adequados aos recursos humanos, pagando consumíveis e serviços, pagando para a manutenção das infraestruturas, financiando projectos de pesquisa científica e outras iniciativas, etc).


Cobrar propina só para brincar de propina é melhor ficar como está, ENSINO PÚBLICO GRATUITO.


Não pode uma academia, instituição que devia ser promotora da excelência por via da aplicação da ciência e do método científico, ser ela própria promotora do senso comum. Estamos a ver, aqui na nossa terra, pessoas não escolarizadas, pelo menos formalmente, a dar “aulas magnas” em universidades! Vejam aonde estamos! “ Eu acho que ....”. Quem é você para achar? As tuas opiniões pessoais não têm valor na ciência.


Até a academia está eivada de senso comum à tal ponto que se inventam coisas que até o diabo duvida. É o caso da famosa agregação pedagógica. Segundo os seus inventores, o curso de Agregação Pedagógica é condição sine qua non para se dar aulas no ensino superior. Até professores antigos no exercícios da sua actividade docente, estão a ser forçados a frequentar esse curso. Perguntamo-nos todos os dias: ensinam lá METODOLOGIA ou DIDÁCTICA ESPECIAL de quê? Uma vez que o que te torna professor em alguma coisa é a DIDÁCTICA ESPECIAL da tal disciplina, e o domínio da METODOLOGIA DE ENSINO da tal disciplina que leccionas.


Como é que se faz agregação pedagógica na mesma turma à um jurista, um matemático, um médico e um engenheiro, por exemplo? Expliquem-nos, ilucidem-nos.


As universidades são lugares de pesquisa científica e desenvolvimento para a sociedade, são igualmente espaços públicos de ideias e, por isso, a sua autonomia é de importância fundamental para assegurar o ensino e a pesquisa de qualidade, bem como a capacidade de adaptação aos novos tempos. Os paises com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto dispõe de universidades robustas e centenárias.


Temos um handicap do qual nos devemos livrar se quisermos trilhar o caminho do progresso: Temos fracas universidades (são elas que dão soluções aos problemas da sociedade onde se encontram implantadas) e precisamos de melhora-las desenvolvendo as condições infraestruturais, salários adequados, fundos para a pesquisa e investigação cientifica e etc, mas fundamentalmente, profissionalizando os seus recursos humanos do topo à base, todo mundo tem que saber o que anda lá a fazer. Empirismo not.


Poucos são conscientes da natureza intrinsecamente falha do pensamento humano quando não validado pela ciência. Em primeira e última instância, temos que confiar mais no conhecimento científico.


Angola precisa repaginar-se e alinhar os seus ponteiros com a ciência.

Se continuarmos a funcionar com base no senso comum, não chegamos lá.


O processo de tomada de decisão deve SEMPRE ser precedido de um estudo/investigação científica, para que as decisões sejam tomadas com base naqueles dados e factos resultantes do estudo previamente efectuado. Só assim se pode garantir que se tomam decisões efectivas.


Se por um lado o chefe deve colocar a pessoa certa no lugar, por outro, vemos todos os dias quadros com formação duvidosa. O pessoal indicado para desempenhar funções do topo ou não deve ser profissional. Todas as especialidades têm as suas normas e procedimentos e um profissional deve dominá-las, temos que parar de mentir ao chefe, à instituição e ao país com trabalho medíocre, com prestação abaixo daquilo que seria espectável. Profissionalismo é o conjunto de características que compõe um profissional, formado pelas suas competências, responsabilidades e ética, em relação à sua área de trabalho. O profissionalismo devia ser a única forma, a chave para a construção de uma carreira de sucesso no trabalho. Quem é académico, devia sê-lo de facto. Quem é bombeiro, médico, professor ou outro profissional qualquer devia sê-lo efectivamente. Como dizia no início, a ciência pode dar-nos os quadros profissionais de que precisamos, só temos é que abraçá-la.