Luanda - Todo o cidadão minimamente informado já recebeu algum tipo de aviso sobre a pandemia mundial Covid-19 que estamos a viver e também sobre as suas consequências ainda inimagináveis para os povos e Nações. Para além da tragédia humanitária, decorrente do coronavírus, já são sentidas, por conta da estagnação económica mundial, efeitos avassaladores nos planos elaborados para situações de normalidade.

Fonte: JA

O povo angolano foi forjado na luta e capacidade de superar os desafios. Ainda estávamos a conviver com o pós-guerra quando a guerra silenciosa da corrupção veio à tona e estamos a travar um grande aparato para devolver ao povo aquilo que os oportunistas tiraram de maneira brutal e criminosa. Se antes vivíamos uma reconstrução dentro da outra, agora estamos a viver uma nova reconstrução, esta ainda mais rigorosa, pois nos reduz à mera condição de seres mortais. Condição esta muitas vezes ignorada por alguns.


Paralelamente, este novo desafio, imposto pelo Covid-19, conduz-nos ao urgente trabalho de reestruturação do sistema de saúde, sobretudo se o pico local da epidemia não for atenuado com as medidas preventivas e o controlo social para que sejam evitados o rápido contágio e o pânico. Para a economia também estão a ser tomadas as necessárias medidas de adaptação ao novo cenário imposto por esta crise.


Na recente Mensagem à Nação, o Presidente da República, João Lourenço, a propósito da pandemia do Covid-19, ultrapassou a sua condição de Chefe de Estado e levou-nos à reflexão sobre o papel de um líder. Sabemos que os grandes líderes são conhecidos nos momentos de adversidade. Nesse sentido, nós angolanos estamos a testemunhar uma história viva de superação de um povo através da liderança e dos esforços sem ostentação, mas com a necessária firmeza do Presidente João Lourenço.


“A Humanidade enfrenta, actualmente, a pandemia do Covid–19, um desafio mundial, face ao qual todos os cidadãos nacionais e estrangeiros devem unir esforços de forma organizada, observando as regras de civismo, comprometimento social e solidariedade, num esforço colectivo pela preservação do bem comum e defesa do interesse nacional”, afirmou o Presidente na sua mensagem.


Pois, é exactamente disso que precisamos falar diante deste mar de incertezas no qual o mundo está mergulhado. O “esforço redobrado e as medidas de precaução para o controlo do vírus”, registados na Mensagem à Nação, foram expostos detalhadamente ao povo angolano, pois, a transparência é uma das luzes da democracia. Ainda que seja inegável que a mudança drástica na rotina das pessoas provoca uma série de sentimentos, estamos todos alertados para a consciência de que esta é uma luta de todos.


Todas as medidas, políticas e científicas, internas e externas, estão a ser tomadas pelo Executivo na tentativa de que a protecção contra o Covid-19 seja exemplar em solo angolano. Numa postura sempre atenta às questões ligadas à saúde dos angolanos, o Presidente da República, João Lourenço, teve a necessária humildade de informar e agradecer “o apoio e a ajuda da Organização Mundial da Saúde (OMS), de outros Organismos do Sistema das Nações Unidas, Banco Mundial e outras instituições e entidades públicas e privadas, religiosas e a sociedade civil em geral”.


O Decreto Legislativo Presidencial Provisório está em conformidade com as recomendações da OMS. Por mais que pareçam duras, e são, as medidas visam o bloqueio desta pandemia nefasta que aterroriza o mundo. No momento em que o País conquistou a confiança da comunidade internacional para o investimento em solo angolano, somos forçados a restringir a circulação nas fronteiras. Esta decisão corajosa mostra que o nosso maior património é o nosso povo.


Por isso, todos nós devemos fazer a nossa parte e evitar aglomerações sociais. Hoje, a prova de amor e amizade está na capacidade de estabelecer a distância. Novos hábitos individuais nos convidam para que o pensamento no colectivo passe a ser incorporado como uma nova filosofia de vida. A quarentena não é uma prisão, mas um retiro. É uma necessidade de consentirmos um pequeno sacrifício que deve nos conduzir à reconstrução do país com a necessária purificação dos males incorporados como culturais, entre eles a corrupção e o bem-estar da colectividade. Derrotar o Covid-19 é também fazer nascer um povo e um país melhores.

* Director Nacional de Comunicação Institucional.