Luanda - O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, anunciou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que um dos cinco cidadãos infectados com covid-19, sob controlo das autoridades sanitárias, se encontra recuperado.


Fonte: NJ

Depois de, no domingo, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, enquanto porta-voz da comissão interminesterial do Executivo de João Lourenço para lidar com a Covid-19 ter anunciado duas mortes em consequência do novo coronavírus, Franco Mufinda informou esta segunda-feira que não existem novos casos no País e que os quatro casos existentes apresentam um quadro clínico estável.


O Governo tem apelado para que as pessoas fiquem em casa porque "o país está em quarentena domiciliar", e "é fundamental começar o isolamento, com todos a cumprir" e, ao mesmo tempo, fazer o rastreio em grande escala dos casos suspeitos de forma a isolá-los para fechar o mais possível a cadeia de transmissão.


Em Angola, existe "uma carga importante de doenças infecciosas endémicas", pelo que não se sabe como será o comportamento da covid-19 em conjugação com outros problemas, como a malária, malnutrição ou tuberculose, disse a ministra no domingo.


Lutucuta informou ainda que o caso de Angola, tal como outros países africanos, com outras doenças infecciosas em grande número, está a ser estudado para averiguar como se comporta este vírus neste contexto, porque este não é o mesmo em todas as geografias.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas


Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.


Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.


Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.


O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.


A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.


A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19