Lisboa  - A agência de notação financeira ‘Moody’s anunciou hoje que colocou em revisão negativa os ‘ratings’ de três bancos angolanos, o BAI, o BFA e o BE, na sequência da mesma ação relativamente à República de Angola.

Fonte: Lusa


No comunicado divulgado esta noite em Londres, a Moody’s explica que esta ação, que não é uma descida do ‘rating’, mas, sim, o passo prévio, incide sobre o Banco Angolano de Investimentos (BAI), o Banco de Fomento Angola (BFA) e o Banco Económico (BE), os dois primeiros com nível B3 e o terceiro com nível Caa1, todos com nível especulativo.

 

“A principal motivação destas ações de ‘rating’ é o ambiente operacional cada vez mais incerto em Angola, que resulta da forte queda do preço do petróleo e da forte exposição dos bancos ao país, principalmente na forma de significativos ativos ligados à dívida pública, que ligam o perfil de crédito dos bancos ao perfil de crédito do Governo”, lê-se na nota enviada à Lusa.

 

A decisão surge na mesma semana em que a Moody’s colocou o ‘rating’ da República em perspetiva de descida, um processo durante o qual a agência vai analisar a resposta do Governo à alteração das condições económicas e financeiras para depois decidir, até ao verão, sobre a qualidade do crédito soberano, sendo que o anúncio foi feito com a perspetiva de que dificilmente Angola escapará a uma degradação do ‘rating’.

 

“Durante o período de revisão, a Moody’s vai avaliar o impacto da degradação económica na qualidade dos ativos, na capitalização e na liquidez em moeda externa dos bancos, a resposta governamental ao choque — que servirá para aferir do ‘rating’ da República -, e qualquer mudança na disponibilidade do Governo para ajudar os bancos em necessidade”, refere ainda no texto.

 

A degradação do ambiente operacional dos bancos está intimamente ligada à queda do preço do petróleo, diz a Moody’s, que reviu em baixa a estimativa do preço médio do barril para 40 a 45 dólares este ano e 50 a 55 dólares em 2021.