Luanda - Procurador-Geral de Angola apelou ao "espírito humanitário" dos cidadãos que não devolveram ativos ilícitos no exterior, incentivando-os a contribuir para "aliviar a situação" do país em estado de emergência.

Fonte: DW

Em entrevista à Rádio Nacional, Hélder Pitta Grós lembrou que o país está "numa situação de exceção" devido à pandemia de Covid-19 e apelou ao "espírito humanitário" dos cidadãos que ainda não repatriaram os recursos transferidos ilicitamente para o exterior para que contribuam "com os seus bens, quer financeiros, quer monetários, para aliviar a situação de dor e sofrimento que se vive em Angola".


No final de 2019, um ano depois de o Governo de Luanda ter dado início à fase coerciva do repatriamento de capitais, estimava-se que a maior parte do dinheiro transferido ilegalmente continuava fora de Angola.

 

Para Hélder Pitta Grós, o estado de emergência, em que "há necessidade de uma ordem de todos e de tudo", é um bom momento para devolver estes recursos. A notícia foi também divulgada pelo "Novo Jornal".


As autoridades angolanas estão desde a semana passada a pedir apoio solidário para acudir os mais carenciados, no âmbito da Campanha de Solidariedade Juntos por Angola. Desde segunda-feira (30.03), o Governo disponibiliza uma conta bancária para recolha de contribuições dos cidadãos e entidades coletivas com vista a "mitigar a carência" da população mais vulnerável devido à pandemia da Covid-19.


"Ajuda-nos a ajudar. Todos juntos na luta contra a Covid-19. Podes fazer a tua parte contribuindo em kwanzas para o IBAN AO06 005 0000 5197 1631 1019 7 - do Ministério das Finanças - Tesouro Nacional, Governo de Angola", lê-se na mensagem enviada aos utilizadores de telemóvel.

 

Em campanhas publicitárias difundidas nos órgãos de comunicação, as autoridades apelam à solidariedade dos angolanos "neste momento difícil para a humanidade".


Angola regista atualmente oito casos positivos de infeção pelo novo coronavírus, entre os quais dois morreram.