Luanda - O Ministério da Saúde registou, até ontem, 26 denúncias de violações de quarentena domiciliar de viajantes chegados de países com casos do novo coronavírus (Covid-19). A preocupação foi manifestada na quinta-feira, 2, em Luanda, pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, quando fazia a actualização diária sobre a situação do Covid-19 em Angola. 

Fonte: JA
Franco Mufinda aconselhou aquelas pessoas a manterem-se em isolamento, pois só assim se pode evitar a propagação do novo coranavírus de forma eficaz.

Durante a sua intervenção, o secretário de Estado alertou para a probabilidade da subida vertiginosa de casos de Covid-19 no país, na segunda quinzena dos mês em curso. Salientou que este incremento pode se estender até ao início do próximo mês para até 1.000 casos.

Franco Mufinda preveniu para a possibilidade de um acumulado de 10 mil casos positivos de Covid-19 em Julho, mas com uma tendência de declínio mais adiante. Até ontem, disse, continuavam os oito casos positivos, entre os quais cinco que continuam hospitalizados, um recuperado e dois óbitos.

Segundo Franco Mufinda, até ao momento, o sistema de alerta do Ministério da Saúde registou 336 casos suspeitos já investigados e 559 contactos estão a ser se-guidos. Em quarentena institucional encontram-se 1.918 indivíduos. Desde a abertura do processo, informou, já foi possível colher cerca de 591 amostras, das quais 150 estão em processamento.

Franco Mufinda salientou que todos os esforços estão a ser feitos para que, neste final de semana, as pessoas mantidas em quarentena institucional tenham alta e voltem aos seus lares com o compromisso de um acompanhamento num período de 10 dias.

Lembrou que, em termos de actividades, continuam as formações de capacitação do sector privado, no que diz respeito à vigilância epidemiológica e biossegurança dos níveis 3 e 4.

Nas últimas 24 horas, o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) registou 224 chamadas, 11 alertas de casos suspeitos de Covid-19, dentre os quais seis foram descartados e cinco investigados. Duas pessoas incluídas nos alertas de casos suspeitos encontram-se em internamento para a confirmação ou afastamento das suspeitas. Franco Mufinda informou ainda que prossegue o processo de aquisição de equipamentos de protecção individual para o combate ao Covid-19.

90 pessoas detidas

Desde a meia noite de quarta-feira até às 18horas de ontem, foram detidas, em todo o país, 90 pessoas, por desobediência e desacato às medidas sobre o Estado de Emergência.

A informação foi prestada ontem pelo porta-voz dos Órgãos de Defesa e Segurança da Comissão Interministerial para Resposta ao Covid-19, subcomissário Waldemar José. No mesmo período, disse, foram feitas 529 apreensões, por infracções de taxistas, mototaxistas e comerciantes.

Waldemar José lamentou o facto de serem ainda visíveis grandes aglomerações de pessoas em espaços públicos, que não respeitam o distanciamento entre elas. Por esse motivo, disse, foi feita a recolha de 556 pessoas sem abrigo, tendo sido acolhidas em centros para o efeito. Em Luanda, revelou, foram recolhidas 334 pessoas, 220 no Moxico e duas no Cuanza-Sul.

As detenções por desobediência e desacato às autoridades foram registadas, na sua maioria, em Luanda, com 49 casos, Huíla com 17, nove no Moxico, seis no Bengo, cinco na Lunda-Norte, quatro no Uíge e Cuanza-Norte, três no Cuanza-Sul e igual nú-mero na Lunda-Sul e Cabin-da. As províncias do Cunene, Bié e Huambo registaram cada um caso.

O subcomissário disse que os taxistas continuam a exceder a lotação das viaturas, colocando em risco muitas vidas. Essa, disse, tem sido a razão para que muitas viaturas sejam apreendidas e os seus condutores remetidos a julgamento sumário. A Polícia Nacional apreendeu 99 viaturas por excesso de lotação.

Na categoria dos moto-táxis, foram apreendidos 274 no Cuanza-Norte, 81 em Luanda, 72 no Uíge, 26 em Benguela, 20 no Cuanza-Sul, 18 no Moxico, 16 no Cunene, 13 no Bengo, 11 em Cabinda e dez no Cuando Cubango.

Ainda por desobediência às forças de Defesa e de Segurança, foram encerrados vários estabelecimentos comerciais, nomeadamente 53 em Luanda, 46 no Moxico e seis no Cunene. Os mercados informais, praças, igrejas e estabelecimentos comerciais também foram alvo da intervenção daquelas forças.

O subcomissário garantiu que as acções de sensibilização continuam a ser feitas, sendo que, até ontem, foram realizadas 6.207. Waldemar José esclareceu que a imagem que decorre nas redes sociais, vinda da província do Namibe, em que se ilustra agentes das forças de Defesa e de Segurança a bater cidadãos são falsas.

“Pedimos para que as pessoas tenham atenção às informações que circulam durante este período. Muitas delas são imagens antigas e devem ser confirmadas pelas autoridades competentes, antes da sua disseminação”, alertou. O sub-comissário destacou que dois agentes da Polícia Nacional foram condenados, na província de Benguela, por actos de suborno, sendo que um deles vai cumprir quatro meses de prisão efectiva e o outro três meses.

O porta-voz garantiu que no mercado do Kikolo estão a ser tomadas medidas para conter, confinar e garantir a circulação de vendedores ambulantes com segurança. A medida, disse, justifica-se com o facto de que o espaço tem representado um perigo à saúde pública, o que pode ser um meio para a propagação do Covid-19.

Waldemar José alertou os cidadãos para deixarem de ligar para o 111 com intenção de brincar, porque os números estão a ser notificados e posteriormente vão ser tomadas medidas de responsabilização civil e criminal. comissário destacou que dois agentes da Polícia Nacional foram condenados, na província de Benguela, por actos de suborno, sendo que um deles vai cumprir quatro meses de prisão efectiva e o outro três meses.

O porta-voz garantiu que no mercado do Kikolo estão a ser tomadas medidas para conter, confinar e garantir a circulação de vendedores ambulantes com segurança. A medida, disse, justifica-se com o facto de que o espaço tem representado um perigo à saúde pública, o que pode ser um meio para a propagação do Covid-19.

Waldemar José alertou os cidadãos para deixarem de ligar para o 111 com intenção de brincar, porque os números estão a ser notificados e posteriormente vão ser tomadas medidas de responsabilização civil e criminal.