Luanda - Matemática é uma ciência odiada por muitos e eu tenho o prazer de não ser parte excluída deste imbróglio. Tal asco por uma disciplina tida como das mais importantes do mundo, por levar seus amantes a um desenvolvimento intelectual exacto nasceu, como tenho dito aos meus alunos, quando os números começaram a “fazer amor” com as letras. Tudo era mais bonito quando 2 + 2 dava 4, B+A era igual a BA e alguns exercícios matemáticos N.T.S (Não Tinham Solução). Crescemos e acabamos por descobrir que não é bem assim. Há sim solução para muita coisa. Precisamos, muitas das vezes, olhar para o problema, buscar os pós e contras, inventar uma solução e colocá-la em prática. Atenção que isto só é possível quando quem está no comando das operações pretende com exactidão, colocando os engodos egocêntricos distantes de si e buscar agradar quem realmente necessita impreterivelmente de soluções.

Fonte: Club-k.net

Pode parecer não ser o momento certo para tocar nesta ferida mas sempre que lembro que poderíamos estar num pedestal organizacional diferente mas não estamos abre-me a ferida  que há muito está aloucada na alma.


Angola vive, neste momento, o resultado errado da maior equação socio-política de sempre: ambição desenfreada calculada por X colocando o expoente máximo, que é o povo, a mercê de si mesmo. É resultado de uma equação desajuízada quando todos os dados, fórmulas, raizes quadradas e valores astronómicos para descobrir o quoficiente de Y foram fornecidos mas mesmo assim não fo(ram)mos capazes de fazer uma igualdade em que X e Y poderiam estar satisfeitos.


O nosso país está como está por culpa própria. Professores e jornalistas deram e alguns ainda continuam a dar seus contributos negativos para que o nível de desagrado e de destruição do mesmo fosse letal. Não se tem ensinado e não se tem informado como devia. As regras deontológicas de ambas profissões foram violadas sorrateiramente em benefício dos estômagos e desejos singulares. A factura está a ser paga agora.


Estamos a viver um Estado de Emergência Urbano e com as suas deficiências. Problemas de mentalidade e de interpretação dos dados de precaução lançados pelas autoridades têm estado a criar situações desagradáveis nas vias: Polícias que batem em cidadãos e cidadãos que batem em polícias. O cidadão tem de comer. Alguns polícias parece que não percebem isso.Um Estado de Emergência transformado em Estado de Sítio tudo porque os nossos orgãos de informação habituaram, durante muito tempo, informar com inverdades para agradar expoentes máximos em minoria em detrimento de uma maioria.


Temos o nosso sistema de saúde com cárie. O buraco do mesmo é profundo. Dou as minhas ovações aos profissionais de saúde que mesmo com as dificuldades que os são apresentadas dedicam os ossos das suas entranhas no ofício da profissão. O mesmo para aqueles jornalistas e professores que não obstante as dificuldades e as parcas

capacidades administrativas de quem nos governou durante o calvário de bençãos que, outrora julgamos infindáveis para alguns, conseguem fazer da deontologia profissional um hino fiél no ramo das suas atividades.


Fomos convidados a fazer parte de uma festa inglória que é a terceira guerra mundial que começou na China e hoje está em quase todo o mundo, o tal de Covid 19. Em quase todo o mundo já provocou milhares de mortos. Angola está a tricotar com paus para que a desgraça não se espalhe em todo o território nacional. Não temos condições suficientemente criadas. Estamos a sentir agora as migalhas que caem do bolso furado do O.G.E (Orçamento Geral do Estado) para a saúde e educação. Somos o resultado de uma equação governativa falhada.


Eu acredito que ainda dá para se viver graças as mulheres que passam maior parte do tempo nas igrejas, templos e grupos de oração a usarem da planilha da fé para segurar o país. Se fosse mesmo só pela vontade de governação de quem está lá em cima já estaríamos a fazer parte das estatísticas do “Era uma vez um país que tudo tentou...” tudo por culpa da ganância exacerbada de muitos. O mal está feito. Vamos arregaçar as mangas e trabalhar juntos mas tirem da cabeça a obtusa conversa de contribuição do povo em contas bancárias. Não passem mais vergonha.