Luanda - Acompanhamos ontem dia 03/04/2020 a Conferência de Imprensa concedida pela Comissão Interministerial sobre o Covid-19 a vários órgãos de comunicação social nacional e internacional, num exercício que foi útil de seguir.
Fonte: Club-k.net
Em política nunca há neutralidade, em política há sempre interesses que são permanentes. O governo tem a obrigação de minimizar no máximo o seu interesse para que o povo angolano no seu todo não volte a ser prejudicado diante desta pandemia.
Proteger os trabalhadores, os empregadores, os grandes e pequenos empresários e não favorecer apenas, nesta altura, as grandes empresas de logística, grandes superfícies comerciais em detrimento do pequeno produtor que leva para o mercado a mandioca, tomate, feijão, fuba, cebola, carne, etc., passa a ser uma das tarefas importantes do nosso Governo.
Proteger o povo para que não morra do Covid-19 e também da fome é outra tarefa fundamental do nosso Governo. Em Angola não chegam a 5% da população nacional aqueles que têm condições para ficarem muitos dias confinados em casa com todas as condições reunidas. A maioria do nosso povo só recebeu o salário há poucos dias, outros vão a busca dele na sobrevivência do dia a dia. Buscar os equilibrios neste emaranhado de problemas deve se situar a sabedoria dos dirigentes, sem nunca se comprometer o essencial; a segurança contra o coronavírus covid-19.
Outra questão importante é o exemplo que vem de cima (Governo) porque para o povo contam os bons exemplos que sirvam de referências a seguir. No governo há referências que hoje deviam embaraçar o Sr. Presidente da República; o caso do Sr. Ministro do Interior. Ele é parte do problema e não a solução. Por esta razão dele estar a preparar-se para distribuir ao povo de Angola coisas diferentes aos rebuçados e chocolates.
Do outro lado, parece que o nosso Governo pouco se preocupa com as questões de ética que devem se colocar acima da política. Por isso, o outro dizer que é de pequeno que se torce o pepino; muita pena.
Apesar de tudo isso, há sinais animadores da forma como os profissionais da saúde, da polícia, das FAA e outros se entregam a luta. Os sinais que vêm de alguns países no mundo que são exemplos a seguir, levando-nos a olhar para tudo isso com alguma atenção e optimismo.
O que me leva a pedir a Sra Ministra da Saúde coordenadora do Ministério hoje chamado a ter os seus profissionais na linha da frente de combate à ser uma combatente panafricana. Por não termos as condições dos países industrializados. Por termos saído mal dos processos de descolonização. Por estarmos a lutar contra um sistema corrompido que drenou toda riqueza nacional para uma minoria em detrimento de todo povo angolano. Peço-vos escutar toda gente para se potenciar a sua capacidade legal de decidir, porque é a si a quem vamos pedir responsabilidades quando o Covid-19 chegar ao nível de contaminação comunitária e capacidade de resposta nacional.
Peço a Sra Ministra Sílvia Lutukuta solicitar a vinda de israelitas para nos montarem sete hospitais de campanha no Norte, Centro Norte, Luanda, Leste, Centro, Centro Sul e Sul com toda tecnologia que utilizam hoje na luta contra esta pandemia. Peço a Sra Ministra buscar protocolos de segurança contra o Covid-19 adoptados por países como a Coreia do Sul e alguns africanos que se podem ajustar com flexibilidade a nossa realidade.
Também sejam estabelecidos pelo Governo protocolos de segurança pública, fiscalidade para se anular a especulação que se encontra a níveis assustadores.
Finalmente, aos cidadãos angolanos recaí a responsabilidade de mostrar ao mundo a capacidade de Angola ser um país africano com poucos recursos ao serviço da nação hoje, mas eficaz e eficiente nesta luta.
- Muito Obrigado -