Lisboa - O comandante provincial da Polícia Nacional, no Namibe, comissário Alberto Sebastião Mendes “Limão” está a ser acusado de ordenar a detenção do jovem ativista Celso Capote, por este ter filmado dois agentes da corporação que no passado dia 1 de Abril agrediram fisicamente de um rapaz no município do Tombwa.

*Paulo Alves
Fonte: Club-k.net

Comissário acusado de encobrir actos errados dos agentes

De acordo com a reconstituição dos factos, tudo começou quando por volta das 15h, do primeiro dia de Abril, um jovem padeiro foi agredido por dois agentes da Policia Nacional transportados numa motorizada que seguiam outros dois jovens que iam comprar pão na padaria Tombwa, no município com o mesmo nome. Os agentes faziam perseguição aos jovens a pretexto de que estariam na rua em violação as regras recentemente estabelecidas pelas autoridades ao combate a propagação do Covid-19.

 

O ativista Celso Capote presenciou o acto da agressão policial e no dia seguinte denunciou o acto na sua pagina do facebook, imagens do jovem com os ferimentos no rosto e a sangrar.

 

Inconformado com a denuncia o comandante Alberto “Limão” fez saber em fóruns internos que neste dia, trabalhou no município do Tombwa e que não registrou nenhum acto de violência praticado pelos seus agentes. Advertiu já ter dados sobre a identidade do jovem que partilhou as imagens da agressão nas redes sociais prometendo que seria pelo SIC para prestar esclarecimento.

 

Tal como prometido pelo comandante Limão, o activista foi de seguida perseguido por patrulheiros e de seguida detido pelo SIC, mas seria devolvido a liberdade depois de 6horas depois, após os inspetores concluírem não haver matéria que incriminassem Celso Capote.

 

Quando ao jovem padeiro que foi agredido abriu queixa tendo sido submetido a exames. Um porta voz da Polícia Nacional disse a TPA que a corporação abriu um processo de averiguação e que até ao momento desconhece a identidade dos presumíveis agentes da policia no município do Tombwa.

 

Desde que chegou a província do Namibe como comandante da Policia Nacional, o comissário Alberto Sebastião Mendes “Limão” tornou-se na entidade a quem a sociedade mais faz reclamações por fazer recurso a um discurso de cariz autoritário e ao mesmo tempo de se revelar encobridor as praticas incorretas praticadas pelos agentes da Policia Nacional.

 

Na manha do dia 2 de Abril um agente Laurindo Agostinho Jamba faleceu na sequencia de ferimentos causados por colegas policias, após ter ameaçado denunciar recebimento de “gasosa” aos automobilistas nas estradas. A versão “vendida” pelo comandante “Limão” é de que o agente Laurindo Jamba faleceu de cardiomiopatia causada por uma alegada insuficiência cardíaca e não violência praticada pelos seus colegas.

 

A nível da sociedade tem havido desafio para que o comandante “Limão” avance pelo menos com uma investigação contra os agentes que estão a ser identificados como presumíveis agressores do malogrado polícia, Laurindo Jamba.

 

De acordo com registros, a conduta de encobrimento das praticas incorretas dos oficiais da polícia no Namibe por parte do comandante “Limão” teve como ponto repudiante quando em Novembro de 2019, recebeu telefonema, por volta da noite, informando-lhe que o antigo segundo comandante da Policia de Transito do Namibe, identificado por “Roque” teria capotado no bairro “5 de Abril”, em estado de embriagues tendo sido resgatado pelos populares. Não há conhecimento de que Alberto Sebastião Mendes “Limão” tenha aberto um inquérito contra o seu subordinado.

 

Há poucas semanas, um grupo de mucubais escreveu ao Comitê Provincial do MPLA, no Namibe alertando que iria marchar pela “remoção” do comandante Alberto Sebastião Mendes “Limão” a frente dos destinos do Comando Provincial no Namibe por ter se incompatibilizado com esta comunidade ao ter criado empecilhos na gestão do pasto, sua principal atividade de sobrevivência.