Luanda – “Toda a Interacção Social é marcada por momentos de Aproximação e Afastamento de Uns dos Outros”. Entretanto, neste momento de Incerteza, em que o mundo está a viver as consequências da propagação do Coronavírus/Covid-19 entre os humanos, é quase unânime ou aceite entre os diferentes Actores Sociais, “a Medida Sanitária de manter-se um Afastamento de Uns dos Outros ou entre as diferentes Famílias,” “de um modo não habitual”, com o objectivo de reduzir-se ao máximo, o risco de transmissão deste Vírus, à maior parte da população.

Fonte: Club-k.net

Porém, ainda observamos em alguns pontos das nossas zonas, indivíduos mantendo uma forma de convivência como habitualmente. Isto é, sem nenhuma limitação ou restrição na saudação, e no modo de frequentar certos locais, como por exemplo, o incumprimento do distanciamento mínimo de Um (1) ou mesmo Dois (2) metros, entre as pessoas.

 

Todavia, a grande questão, consiste em compreender, “por quê que esta medida, em muitos países, assim como em Angola, – apesar de estar formalizada, inicialmente pelo Decreto Legislativo Presidencial Provisório n.o 1/20, de 18 de Março, depois, por Decreto Presidencial no. 81/20, de 25 de Março, referente à Declaração do Estado de Emergência, precedida pelo Encontro do Titular do Poder Executivo com os membros do Conselho da República, e pela Audição à Assembleia Nacional, nos termos da Constituição da República de Angola – sofre uma Resistência ou Oposição por parte de alguma parte da população”?


Aqui reside o fenómeno. Por quê observamos uma Resistência ou Oposição por parte da população, à Medida Sanitária de Isolamento Social face o Combate ao Coronavírus/Covid-19, mesmo Ceifando Diariamente Vidas Humanas por todo Mundo?


Realmente, fica-nos difícil, tomarmos um estilo de vida de afastamento de uns dos outros, de forma repentina. Para nós africanos e não só, este Isolamento retira-nos àquela vivacidade própria da nossa convivência, traduzida pelo modo de falar, gesticular, etc. “Algo caloroso e nunca frio”. Pois que, o gesto de saudação, dando-se as mãos, abraços, beijos, constitui quase um “valor sagrado”.


Apesar dessa verdade, precisamos nos consciencializar – por que já estamos atrasados neste sentido – que nestes dias em que nos encontramos, o “Isolamento Social é Necessário por que permite-nos evitar o contágio do Vírus”. Pois, nos encontramos “numa situação de vida ou morte”.


Porquanto, muitos dos nossos Compatriotas e não só, que inicialmente foram considerados portadores ou supostos portadores do Coronavírus/Covid-19 por vierem de países em que há casos desta doença contagiosa, ou por supostamente terem estado em contacto com alguém que tem o Vírus, lhes foi imposto – pelas autoridades, em prol do “Bem Comum e Maior”, que é a Vida – um período de afastamento do convívio normal, que habitualmente chamamos de quarentena.


Estando o país, nesta altura, à registar, deste Universo de Compatriotas Vindos do Exterior, Dezassete (17) Casos Positivos, dos quais, Dois (2) Infelizmente, Acabaram por Falecer, Dois (2) felizmente recuperaram-se, e Treze (13) Casos de Situação Activa, isto é, de Pessoas Portadoras do Vírus, que o país tanto deseja que recuperem-se, para o bem das suas famílias, e do país.


Ora, não existe no presente momento, um estudo que permita-nos afirmar, que uma das Razões desta Resistência por parte da população, é o Baixo Nível de Escolaridade, o Índice de Analfabetismo Existente, o Local de Residência por falta de uma Comunicação mais Abrangente e Eficiente, etc. Pois que, em outras realidades consideradas convencionalmente de “Desenvolvimento do Primeiro Mundo”, onde quase não se fala de Analfabetismo, como em Itália, Espanha, Estados Unidos da América, Observou-se, até por parte de alguns Altos Dirigentes destas Nações, uma Ignorância da “fúria” do Coronavírus/Covid-19. E temos constatado, uma Grande Velocidade de Transmissão do Vírus, entre os habitantes destas Nações.


Esta constatação, leva-nos a afirmar que os dirigentes angolanos, não Ignoraram a “fúria” do Coronavírus/Covid-19, pese embora, ainda assim, isso ser discutível por que é normal que haja percepções diferentes. Todavia, precisamos de comunicar muito mais, melhorando os nossos mecanismos de comunicação, sobretudo nos bairros e sectores, tanto dos espaços rurais como urbanos, sem esquecermos, a grande influência que as Redes Sociais têm na sociedade hodierna.


A verdade, é que “vivemos uma situação de ameaça de extinção da nossa própria raça, que é, a humana”. Como referimos acima, “uma situação de vida ou morte”. Razão pela qual, observamos em quase todos os canais televisivos, a frase que para muitos, é ainda o único fármaco encontrado: “fica em casa”.


Significando, que a situação é séria para todos. Daí, diariamente, ouvirmos e vermos centenas de pessoas a morrerem em diferentes países, mesmo estes possuindo, um Sistema de Saúde Pública, muito mais Desenvolvido que o nosso, e um povo – ao menos supostamente – de “Mentalidade do Primeiro Mundo”, como algumas vezes designamos.


Devemos entender, que as autoridades propõem o Isolamento Social – como medida de prevenção – por força da Situação Excepcional Incerta que Vivemos. Pois que, a pandemia, Coronavírus/Covid-19, Retira a vida do homem. Como vemos em muitos países, “Considerados Desenvolvidos.”


Actualmente, como referimos precedentemente, o país já tem Dezassete (17) casos, e ninguém entre nós tem interesse de ver as nossas autoridades à perderem o controlo da situação. Razão pela qual, aconselha-se o Isolamento Social.


Entretanto, através de algum exame feito, é possível perceber que uma boa parte da população que faz Resistência à Medida Sanitária de Isolamento Social, alega dizendo, que a grande razão é “seu nível de vida”. Pois, uma boa parte dela, sustenta sua vida e de suas famílias, através do Trabalho Informal, concretamente, o Comércio Informal. Razão pela qual, apesar do Estado de Emergência, já decretado, vemos ainda grande fluxo populacional em certas zonas das cidades do país, mas sobretudo, em Luanda.


Pelo que se espera, que os Mercados Informais ora encerrados por não terem Condições Sanitárias desejáveis, seus responsáveis possam agir, por formas à melhorar o seu estado sanitário, a fim de reabrirem, para que as famílias – sustentadas por esta forma de Trabalho Informal – voltem à trabalhar, vendendo no horário orientado pelas autoridades, que é, das seis (6) às treze (13) horas.

Ainda assim, percebe-se que neste momento, apesar da carência, é a altura que todos, somos chamados à praticar a solidariedade, tanto ao nível Individual como Institucional. Por exemplo, seria muito bom, se nesta altura – não obstante as restrições – observássemos Vizinhos à partilharem o pouco que têm, assim como organizações, empresas e Instituições, através de algum fundo, ou mesmo de grupos de trabalhadores, movimentando algum meio possível, com a finalidade de apoiarem algumas dessas famílias, muito carentes.

Paz e Bem*