Luanda - O presidente de Angola anunciou, esta quinta-feira, que as primeiras eleições pós-guerra, marcadas para este ano, foram adiadas por mais três anos, para 2012. José Eduardo dos Santos justificou que antes das presidenciais, o actual governo deve cumprir a legislatura até ao fim.


Fonte: TSF

Nova constituição condiciona eleições


No discurso de encerramento do Congresso da Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em Luanda, o presidente angolano anunciou que as eleições presidenciais vão ter de esperar pelo menos mais três anos.


Para justificar o adiamento, José Eduardo dos Santos disse desejar cumprir o mandato de quatro anos que está a exercer.


Eduardo dos Santos continua também a liderar o MPLA por mais cinco anos, segundo uma decisão aprovada por 90 por cento dos delegados do Congresso.


Ouvido pela TSF, Marques da Costa, especialista em Assuntos Africanos, considera que «já era tempo» de realizar eleições em Angola, sustentando que «seria um passo importante para a consolidação do regime democrático e para a estabilidade do país».


O especialista frisou que Angola reúne todas as condições para esse acto eleitoral, como um «clima económico muito significativo».


Esta posição do presidente angolano deixará «indiscutivelmente» uma «marca na forma como os países olham para Angola», sobretudo comparando com outras situações, como Moçambique, considerou.


Para Marques da Costa, a aprovação da nova constituição angolana não pode ser usada como argumento de peso para o adiamento das eleições presidenciais.