Luanda - As cantinas espalhadas pela cidade de Luanda registam, cada vez mais, queda na diversidade de produtos, sendo que, por outro lado, os preços dos bens disponíveis têm registado aumento a cada dia, constatou o NJ por via de ronda feita em diversos estabelecimentos comerciais e fruto de conversas mantidas clientes.

Fonte: Novo Jornal

Francisco Lote, de 30 anos, funcionário público que reside no bairro Capolo 2, distrito urbano do Palanca, faz regularmente compras num supermercado perto de casa, mas, quando dispõe de parcos recursos, prefere gastá-los numa cantina ao lado, onde os víveres têm sido comercializados a preços relativamente mais baixos.



O cidadão conta, porém, que nos últimos dias já não se sente grande diferença entre os preços praticados nos supermercados, comparados aos dos pequenos estabelecimentos comerciais, pois quase todos os produtos adquiridos nas cantinas registaram aumento nos preços, sendo que, em alguns casos, o custo nas lojas chega a ser mais alto relativamente ao das grandes superfícies comerciais.


Já a empregada doméstica Olívia Chissingue, moradora do bairro Neves Bendinha, diz que há muitos anos adquire os bens para o consumo em cantinas, não apenas pelos preços mais baixos de outrora, mas porque encerram portas demasiado tarde, facilitando compras à última hora.



"A cada dia tudo está a ficar mais apertado, aliás, nas cantinas os preços dos produtos têm subido substancialmente", desabafa Olívia, acrescentando que este estado de coisas se deve não só à situação da actual pandemia do coronavírus, mas ao "oportunismo de alguns comerciantes desonestos".


A titulo de exemplo, a interlocutora recorreu ao preço do quilograma do feijão nas cantinas, que anteriormente era comercializado a 600 kwanzas, passando a ser vendido actualmente a 1.500 kwanzas, representando um aumento de 150%, ou seja, mais 900 kwanzas, enquanto o quilo de arroz subiu para 800 kwanzas, quando custava 350 kwanzas.