Luanda - PCA é associado a uma gestão virada para os seus bolsos, para o desalento de empresários. Trabalhadores denunciam violações grosseiras.

Fonte: Club-k.net

À denúncia de má gestão no Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela (PDIC), ainda sem qualquer intervenção dos órgãos de justiça, um grupo de trabalhadores junta uma outra, relativa ao que chama de concentração do trabalho, com o presidente do Conselho de Administração, Hermenegildo Almeida Oliveira Livramento, acusado de usurpar poderes a administradores.

 

Em carta dirigida às redacções, vários funcionários avançam que o facto de Oliveira Livramento ser uma figura próxima a Bernarda Martins, ex-ministra da Indústria, atirou para a insignificância a queixa sobre o que se considera de “arraso” dos cofres da empresa e atitudes passíveis de afugentar os investidores.

 

A não actuação dos órgãos competentes é apontada como estando na base do agravamento dos abusos e falta de respeito aos trabalhadores.

 

“O PCA faz do Pólo sua empresa, agindo como se do seu quintal se tratasse. O salário é pago quando bem entende”, escrevem os insatisfeitos, que falam em admissões sem critérios, já que controversas às formalidades de recrutamento, em plena fase de contenção devido à crise.

 

A carta indica que “coitada da senhora Vicência Dias, sua secretária, todos os dias ameaçada de demissão”.

 

Aqui chegados, salientam que o PCA fora o RH a mover processos disciplinares contra trabalhadores sem causa legal.

 

“No Pólo Industrial da Catumbela, os trabalhadores só têm hora de entrada, pode ficar em actividade até às 20, 21 horas. Tudo conforme o entendimento do senhor Livramento, que não respeita os intervalos para o almoço”, referem, sob anonimato, as fontes que temos vindo a citar.

 

A denúncia refere que há quem seja forçado a trabalhar doente, mesmo sem pausa pós-cirurgia.

 

“Ele diz, alto e em bom som, que aqui quem manda sou eu, ou trabalha ou vai para a rua”, contam os trabalhadores, que viram colegas seus, da área técnica, em serviço de forma ininterrupta quando deviam ter observado o estado de emergência em vigor no país.

 

Os queixosos falam em “arrogância” para lá da empresa, já que não tem boas relações com os investidores, que se mostram agastados por se sentirem desrespeitamos.

 

“Anula contratos e escrituras públicas sem noção da crise económica, tirando benefícios próprios na revenda dos mesmos”, vincam as fontes, antes de terem apontado uma apetência pelo afastamento da Dra Joana Lorena do Conselho de Administração, por ser a única que questiona os seus actos.

 

Redundaram em fracasso todos os esforços tendentes a um pronunciamento de Hermenegildo Livramento, que tem via aberta para usar do direito de resposta que lhe é conferido por lei.