Luanda - No actual cenário da pandemia é justo e plausível que as energias se concentrem em certas preocupações, com epicentro no valor da vida, daí que a aviação e sua problemática, estejam por maioria de razão fora da equação e do debate nacional.

Fonte: Club-k.net

Entretanto num olhar atento do comportamento estrutural e funcional, constatamos constrangimentos e disfunções que deveriam merecer correção atempada, porque (hoje) estaremos na espectativa de uma gestão providencial e no resguardo dos pargos recursos, pois a logística terá papel preponderante na resposta e resolução da crise.


Falar da aviação civil, implica uma observação cuidada dos aspectos no entorno do próprio desenvolvimento do Pais, da qualidade dos serviços, da isenção e autonomia da supervisão dos órgãos reitores, estágio da aviação comercial, e por último do grau de formação e desempenho dos recursos humanos.


Em retrospectiva, compreender o ímpeto e o lugar que ocupa a aviação em Angola, será ir de encontro a audácia e perícia da juventude à época, bem como a confirmação de um espaço de liberdade, e de pleno acesso no lumiar da independência e a relevância num contexto da integridade territorial e soberania do País, então dilacerado e dividido pela guerra, em que maioritariamente através dos meios aéreos e da aviação comercial permitia o acesso, qual ponte, num território ilhado, e então alternativa de maior sucesso no elo de ligação possível na extensão da influência do governo, e da Bandeira Nacional nas províncias.


Em consciência não deveríamos jamais duvidar ou por qualquer outra menor razão nos surpreender da real capacidade dos Angolanos, no exercício de funções de acordo os padrões de exigência e de conhecimento e proficiência internacionais, cabendo outro assim plena responsabilização e subida valorização, e cada vez mais à partilha na discussão, e a prevalência nas escolhas à favor da competência e da experiência.


Sem me alongar, referir que a própria génese e a relevante participação dos profissionais de aviação na gesta da independência, permitiu o recrutamento e formação massiva de candidatos, que foi sempre estimulada e replicada ao longo destes últimos mais de 40 anos, que do alto desta realização e em sã consciência, permite-nos, se assim admitíssemos com verticalidade, adiantar que à título de exemplo, e com perdão da palavra, que muito embora não estejamos baseados em nenhum método cientifico para aferir, atrever-me-ia dizer, que Angola terá seguramente mais quadros qualificados e com capacitação adequada, entre técnicos e peritos a todos níveis para a resposta capaz no sector aeronáutico, do que terá seguramente a nível da resposta de quadros no sector dos petróleos, e isto sem de modo algum pretender sequer subestimar no mérito quanto ao perfil de qualquer quadro dos petróleos, mas tão somente reafirmar a exuberância de quadros na aviação, que acredito igualmente será mais extensivo comparativamente a muitos outros sectores de tecnologia de ponta.


Não será menos preocupante reconhecer que últimamente, e numa eventual deriva de falta de visão abrangente e numa tendência de cunho mercantil, talvez tivéssemos negligenciado no
quesito gestão dos recursos humanos, que importa pois em última instância e sem recriminações repor numa abordagem consentânea, fazendo o aproveitamento gradual e rigoroso dos altos investimentos feitos pelo País ao longo de décadas, entre os esforços conjuntos e à todos títulos meritórios das lideranças da FORÇA Aérea Nacional, TAAG, SAL, TAAG CHARTER, SONAIR, INAVIC, MAT, ENANA, Ministério do Interior, Ministério da Agricultura, Privados, etc, etc..


Estaremos sem equívocos perante um património do País, que deve estar sempre ao seu serviço, sem tabus, capricho, ou impedimento que perturbe os interesses da Nação...