Luanda - Hoje em dia, descrever a nossa Justiça é como falar do barco à deriva que vai afundando. Recuamos ao ano de 2017 onde toda nossa comunicação social anunciou um “Super Documento”, este documento valeria por 5, não funcionando apenas como Bilhete de Identidade, mas também fiscal, agregando ainda o número de segurança social, o boletim de nascimento e o cartão de eleitor. Também este “super documento” mais resistente e seguro.

Fonte: Club-k.net


Hoje 2020 o documento já não descola como sem alguns casos no seu antecessor este novo pouco tempo depois fica branco, deixando de ser visível os dados do documento. É um técnica de segurança?

Também novo “super documento”, parece que ainda não ganhou os superpoderes, hoje cada organismo ainda tem o seu próprio cartão e alguns nem isso conseguem ter ainda.

O número fiscal foi alterado para Número Bilhete de Identidade, quererá isto dizer que o número está no microprocessador que o documento possui como anunciado em 2017? Então porque não podemos apresentar o super documento na AGT e eles lerem o microprocessador como tinha sido anunciado?


O número de segurança social ainda não foi alterado para o de Bilhete de Identidade a temos cartões distintos, este superpoder ainda não foi adicionado


O boletim de nascimento nem cartão tem, quantas horas ou dias não passamos em uma conservatória para registar os nossos filhos? Porque quando vamos pedir o BI e damos o numero do nosso boletim não tem informação? O Ministro anunciou que estava tudo ligado


O número de eleitor, este acreditamos que os superpoderes serão adicionados rapidamente, não será um benefício para o cidadão, mas sim para a campanha eleitoral que se avizinha. Mas se o Ministro da Justiça anuncia que apenas existem 11 Milhões de cidadãos com BI´s, representam esses a totalidade de eleitores? Nós só temos 11 Milhões de cidadãos maiores de 18 Anos? Ou iremos votar com dois cartões de eleitor para os que ainda não têm BI? A ingerência nestas nossas está a atingir proporções catastróficas.

Rapidamente chegamos a conclusão que o anunciado investimento de 243 Milhões de Dollars d neste super documento foi para nada. Podemos pedir a devolução do investimento? É o que fazemos quando compramos algo que não funciona.

 

Temos também os Tribunais, que nem sistema informatizado dispõem, neste caso não se verificou nenhuma evolução, apenas investimentos diversos sem resultados práticos.

 

Mas o melhor serviço prestado aos cidadãos ainda são as conservatórias, quem já não foi dormir à porta de uma para conseguir fazer algo? Estas são um antro para o desenvolvimento das nossas actividades ilícitas que tanto gostamos.

Todos os documentos que pedimos dizem-nos sempre que tem de ser pedido com urgência, assim precisamos pagar mais


Porque não aceitam multicaixa? Pagamentos em dinheiro, é a forma mais simples de ficar com algum sem registo

Queremos registar um imóvel ou uma empresa, o pagamento só em dinheiro, que são em alguns casos milhões de Kwanzas. Temos nós cidadãos de andar a transportar estes valores
Porque cidadãos que vivem e trabalham em Luanda mas que nasceram em outra província não conseguem pedir o seu boletin nascimento perto de onde vivem ?

 

O nosso portal de denuncias está cheio de corrupção nas diversas direcções, e nossos dirigentes nada fazem.

 

Tivemos colegas nos nossos quadros competentes que saíram para outras instituições publicas onde foram promovidos, no nosso Ministério não serviam e foram substituídos por colegas sem experiência e conhecimentos que acordam todos os dias a pensar onde podem ir buscar a sua mixa.

 

Começamos a achar que o executivo quer por o nosso Ministério como um exemplo a não seguir.

Temos direcção de Identificação que tem um super documento, sem poderes.
Temos uma direcção de Registo que nem consegue registar os nossos cidadãos.
Temos uma direcção de Tribunais atrasada no tempo em 15 anos
Temos direcção de Tecnologias de Informação sem informação nenhuma

Trabalhamos na Justiça, em mais de 10 anos que nos licenciámos que fizemos mestrados, não somos promovidos nem nos ouvem.

 

É altura de testar o nosso executivo se quer “corrigir o que está mal” e “construir um futuro melhor”, que comece pela corrupção na Justiça.

 

Carlos Santos