Luanda - O grupo Média Nova, que detém a TV Zimbo, a Rádio Mais e o jornal O País, vai, nos próximos dias, mandar para casa, por suspensão de contrato, vários profissionais destes órgãos de comunicação social, alegando que a empresa enfrenta dificuldades financeiras.

Fonte: Novo Jornal

Fontes da Média Nova contaram ao Novo Jornal que a decisão veio directamente do Presidente do Conselho de Administração (PCA), Filipe Correia de Sá  que afirma ter recebido orientações dos sócios da empresa.

Segundo a nossa fonte, a selecção dos funcionários que serão dispensados, por suspensão de contrato, está a ser tratada nos Recursos Humanos da empresa, directamente pelo PCA e os directores que escolhem quem deve ou não ir para casa.

Na TV Zimbo, Rádio Mais e Jornal O País, a fonte avançou que muitos trabalhadores já começaram a ser notificados e informados que serão dispensados, e que a empresa poderá chamá-los, em casos de necessitar dos seus préstimos no futuro, o que não acreditam.

Entretanto, o Novo jornal apurou que a suspensão dos contratos faz parte do processo de redução do pessoal do grupo Média Nova, que neste período do estado de emergência não pode despedir funcionários.

O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA), Teixeira Cândido, entende que a decisão da administração do grupo Média Nova é precipitada, e orienta todos os funcionários abrangidos pela situação para que não assinem a suspensão dos respectivos contratos.

"O Sindicato entende que não estão reunidos os requisitos para a suspensão dos contratos nos termos da Lei Geral do Trabalho", afirma Teixeira Cândido.

Segundo o sindicalista, o SJA já fez o contacto com o Conselho de Administração do grupo, que prefere manter essa posição do que ter os trabalhadores e não ter como remunerá-los.

"Estamos solidários com a situação presente nos órgãos de comunicação privados, em particular, mas gostaríamos de pedir paciência aos empregadores. Gostaríamos que esgotassem todos os recursos à sua disposição para atenuar as dificuldades, mantendo os empregos dos trabalhadores, a maioria dos quais são chefes de famílias", lamentou.

De recordar que, recentemente, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, referiu que o quadro de dificuldades financeiras com que se depara a imprensa privada em Angola coloca em risco cerca de 10 mil postos de trabalho.

Dados do SJA dão conta que existem no País cerca de 60 órgãos de comunicação social privados, entre rádios, televisões, jornais e portais.