Luanda - Alguma vez pensou no facto de estarmos a obter diplomas de matemática, sociologia, psicologia, português e etc, mas ainda assim não conseguimos fabricar o nosso próprio vestuário, fornecer às nossas comunidades água potável e alimentos que não sejam importados e vendidos em contentores? é verdade, estamos a estudar matérias que não satisfazem as necessidades das nossas condições actuais.

Fonte: Club-k.net

No seu livro O Futuro do Negro Americano, Booker T Washington diz “Uma raça ignorante é como uma criança. Anseia no início, os sinais superficiais e ornamentais do progresso e não da realidade. A raça ignorante é tentada a saltar, a um só salto, para uma posição que exigiu anos de dura luta para que os outros chegassem”.


Quando o mundo ocidental abriu as suas portas a África, esquecemo- nos de onde estamos e do que precisamos como povo. Queremos saltar e adquirir conhecimentos em matérias de pouca utilidade tanto para o nosso país como para as nossas comunidades.


Como africano, posso confessar que me senti tentado a culpar o governo e os seus assimilados quando estava a escrever este artigo. Mas a questão é: O que estou fazendo para contribuir para a melhoria do país e da minha comunidade?


Somos agora mais instruídos (no papel) do que qualquer um dos nossos antepassados alguma vez foi, mas continuamos a não conseguir pôr os nossos diplomas a trabalhar para a melhoria das nossas comunidades, é triste e vergonhoso que com todos os diplomas e línguas que falamos hoje em dia, os nossos próprios irmãos e irmãs estejam a perecer no Cunene. Vale a pena mencionar que o Cunene tem um rio.


É responsabilidade de cada um de nós colocar os conhecimentos adquiridos e evitar conseguir a um só salto o que levou outros grupos anos de dura luta para alcançar. Sim, escrevo para mim mesmo, a vós, jovens, homens e mulheres, não podemos seguir os mesmos passos dos assimilados que herdaram o poder dos colonizadores que ao invés de eliminarem os excessos dos Colonos, viu a sua tomada de posse como uma oportunidade para duplicar a dor das Massas. A reivindicação deles para tomarem de assalto o trono abandonado pelos Colonos era de que haviam ido à escola, uma educação que na vida prática não era um requisito.


Somos tão fortes como o nosso elo mais fraco, portanto, é nosso dever educar primeiro aqueles de entre nós que não são educados e pôr os nossos diplomas a funcionar.Não vamos a lado nenhum se continuarmos a culpar os assimilados.


Para finalizar o mesmo autor foi ainda mais longe e disse “Parece-me que nunca houve um momento na história em que aqueles interessados na educação deveriam considerar mais seriamente até que ponto a mera aquisição da capacidade de ler e escrever, a mera aquisição de um conhecimento de literatura e ciência, torna os homens produtores, amantes do trabalho, independentes, honestos, altruísta e, acima de tudo, gente digna. Chamem a educação pelo nome que quiserem, se ela não produzir estes resultados entre as massas, fica aquém do seu ponto mais alto”.

É o momento de começarmos a fazer sentir os nossos nomes.