Luanda - A sabedoria africana nos ensina que, a transmissão de conhecimento, experiencias e o saber viver entre os povos Bantu, se deu sempre pela via oral, não queremos com isto descurar as pinturas rupestres e os livros a partir dos finais do século XIX.

Fonte: Club-k.net

Queremos com o exposto acima, trazermos à publico uma das várias informações que o Sr Paulo Cahilo ( meu pai), nos transmitiu em vida, um destes factos se prende com o célebre dia 15 de Maio de 1991. Na altura o meu pai então jornalista da RNA, era a voz de milhares de cidadãos angolanos confinados na cidade do Luena, sob os obuses lançados pelas FALA, era na sua voz que o país e o mundo conseguiam ter alguma certeza que o Moxico ainda não havia caído às mãos das FALA. É neste papel de jornalista que num determinado dia que ignora, o seu rádio transmissor viu a frequência ser interceptada por uma voz tripidante e ameaçadora, que identificou-lhe, chamando-o pelo seu nome, " Paulo Cahilo" estás localizado. Por instantes o meu pai sentiu o sangue a esvair-se.


Do outro lado da linha quem falava era o General Makienze. sentindo a vida num fio e por cautela, falou com o General Higino Carneiro, Neco e Marcos Correia Banza, informando-os que receava pela sua vida e por isso, preferia não marcar presença no encontro do dia 15 de Maio de 1991, nas margens do rio cauango. Por se encontrar nesta altura já no Luena, de forma natural indicou-se o jornalista William Tonet, para seguir o evento.


Estimo e tenho muita consideração pelo Jornalista Wiiliam Tonet, porém, ao contarmos os passos que deram lugar ao 15 de Maio de 1991, neste quesito " interceptação das comunicações, ocorreu com o rádio-transmissor do jornalista Paulo Cahilo" e há testemunhas ainda vivas. Dai que tem razão a explanação do General Higino Carneiro.


O Sr Paulo Cahilo em vida chegou a escrever a respeito deste episódio, numa publicação do Jornal Manchete, com o titulo " Filhos Esquecidos II" do ano 2016.


Queremos com este exercício trazer somente a verdade dos factos.