Luanda - Confesso que caí no abismo ao acompanhar ontem (17/05/20) a forma como o Dr. David Mendes foi defenestrado no espaço “Revista Zimbo” da emissora de televisão TV Zimbo. Faltou-lhe de tudo um pouco, elasticidade mental e verbal, vocabulário, sobriedade, capacidade analítica e argumentativa.

Fonte: Club-k.net


Não se convence o telespectador seguidor deste espaço com a mera crítica míope. A expectativa dos telespectadores premeia a capacidade de análise objectiva e imparcial aos factos em revista pelos intervenientes, dando ao público o espaço necessário para deduzir as suas próprias ilações. É mister os analistas formularem hipóteses que se inscrevam como soluções ou questionamentos.


Uma análise critico-céntrica, não educa e nem informa o público telespectador. É despiciendo a manifestação de posicionamentos populistas, pois mais servem para desorientar do que ajudar o público a julgar adequadamente os factos, bem como as análises, quando informadas e avisadas, dos analistas (passe o pleonasmo).

 

O que se viu ontem em David Mendes, foi uma verdadeira caixa fechada, assemelhando-se a uma bomba nuclear que alí foi para deflagar sem contemplações.


Entrou e saiu criticando, nem sequer justificou convenientemente as críticas que proferiu. A exemplo, disse que a redução feita na orgânica governativa não passa de uma hipocrisia. O que é isto? As críticas devem ser bem fundamentadas e explicadas aos telespectadores para que estes as percebam e aceitem-nas como tal.


Referiu que o uso de uma aeronave pertencente à companhia Ethiopian Airlines para transportar material de bio-segurança é falta de patriotismo. A meu ver, pior do que a falta de patriotismo, é criticar e não apresentar soluções alternativas por todos esperadas.


Para David Mendes, os médicos cubanos que cá estão para reforçar os serviços de assistência médica, não tem razão de ser. Não é ético e nem fica bem, estarmos a atacar e desvalorizar o sacrifício feito por estes profissionais expatriados, que largaram a sua pátria e as suas famílias para auxiliar o nosso país num momento difícil. Cuba tem relações históricas privilgiadas com Angola e não é a primeira vez que colocam as suas vidas em risco pelos Angolanos.


A meu ver, este discurso crítico para com este contingente deve ser abandonado. Se há culpas nesta iniciativa, esta certamente não lhes pertence. Ademais, todos nós sabemos as quantas andam os nossos serviços de saúde. Mais precisa de qualidade do que quantidade.


Que as coisas andam mal por cá, já todos sabemos. O que se espera dos comentadores neste espaço são propostas de soluções alternativas concretas para os problemas que a todos afligem.


Simão Pedro