Luanda - É com apreço e enorme preocupação que venho reiterar o papel fundamental que joga a Aviação Civil na economia e no normal crescimento do País, assim como o forte impacto que terá no pôs Covid-19, agravada pela irrupção mundial do preço do petróleo e da contracção do PIB, o que obrigará necessariamente a uma análise coerente num prisma e compreensão dos novos desafios e para o efeito a importância do conhecimento e familiarização por TODOS, na INDÚSTRIA, pois muito contribuirá para ajudar na gestão de medidas para recuperação.

Fonte: Club-k.net

As medidas que se impõem, já teriam lugar para mudança mesmo antes da crise do Covid19, pelo que, diante dessa perturbação terá sem dúvida mais urgência, com foco central na redução efectiva de custos, ampliação da concorrência e ir-se de encontro ao factor da baixa renda média da população.


Será importante um foco muito grande na flexibilidade, para manter a indústria, porque numa primeira etapa a aviação vai ficar mais onerosa, e nesta perspectiva a urgência da preparação de um evento, que seria melhor uma Conferência a nível Nacional, para discutir como conseguirmos a maior eficiência, a redução de custos de navegação, custo dos combustíveis, reapreciar a regulamentação dos períodos de trabalho das tripulações, baixar impostos e outras medidas, etc. Só assim o Transporte Aéreo em Angola terá outras e novas oportunidades que poderá ter forte impacto na geração de renda e de empregos, directos e indirectos, por isso o Clamor da URGÊNCIA para a participação de todos do Sector, Autoridade Reguladora, Ministério dos Transportes, Ministério das Finanças, Operadores, Academias, Controladores de Tráfego Aéreo, Assembleia Nacional, Partidos Políticos, Académicos, Universidades, etc, para troca e discussão de sugestões e delinear o curso das medidas, para revitalização do Sector Aéreo, no âmbito internacional, doméstico e regional.

Meus Senhores,


Nós temos que fazer assegurar a Reconstrução do nosso País e desenvolver a nossa imagem.


Precisamos de adaptar a Legislação Aeronáutica para permitir responder a evolução dinâmica do Sector e mitigar os efeitos da crise, como por exemplo permitir realizar vôos para China no preâmbulo da limitação dos regulamentos com segurança e rentabilidade.


Os Estados têm essa prorrogativa de adequar disposições sem desactualizar o quadro mãe dos normativos dos Anexos da ICAO, mas é necessário que esteja publicado e a coberto do que emana da autoridade reguladora (INAVIC), considerando medidas para o novo ambiente regulatório com flexibilidade e rotinas, para as empresas (operadores), num sector já de si demasiado regulado, mas sempre com foco na segurança, para enfrentar a crise com a menor quebra possível na actividade.

Novas linhas de acção serão necessárias para preservar o fundo de caixa de curto prazo das empresas, garantir o funcionamento da infraestrutura aeroportuária, oferta do serviço aéreo, mantendo os aeroportos como serviços essenciais, ver a malha de voos para fluxo mínimo de voos, medidas de higienização, protocolos sanitários, etc, acreditando na competência e rigor de exigência das empresas.


Neste sector, a avaliação perante alterações deverá ser executada com intervalos de horas, pois, não resta veleidade, por ser bastante dinâmico e desafiante, além de não se tratar própriamente da primeira crise, temos tido várias crises ao longo dos anos, embora seja a maior da história, por tratar-se de uma crise de mobilidade global. Importa, pois, preparar para enfrentar a crise, mas de igual modo preparar o sector para estar pronto para ajudar o País, a superar a crise.


O debate será preferencialmente a volta de vários temas, mas poderíamos avançar as linhas nucleares, em torno do mercado doméstico e indissociáveis bases operacionais, mercado regional, do mercado internacional, o uso e adopção de plataformas digitais e uma presença cada vez menor de investimento na infraestrutura, e a importância da remoção da lista negra (anexo B união europeia).


No segmento doméstico teremos de ter em linha de conta o total da população, e entender que 10% desta população pode ser aproximada (convidada) a “voar ”através de tarifas actrativas. Essa massa crítica de cerca de 3.000.000 (três milhões), permite a circulação e a geração do tráfego, pois quando falamos em 8/10 milhões de movimentos aéreos, não representa que teriam sido efectuados pelos 10% da estatística, porque em geral quem inicia um voo acaba por fazer mais do que um. Temos um País de dimensão continental, onde a aviação, e fomento do turismo, viajando para fora dentro de Angola, poderá tornar o avião popular, embora não universal, ou seja, para toda a população.


Não se poderá ter a expectativa de aguardar que a renda média Nacional suba para valores superiores, que encorajam o uso do transporte aéreo, mas sim, cabe desde já estudar e incentivar a redução de custos em toda a cadeia para tornar o custo da passagem acessível a essa franja da população.


A nossa economia assenta na indústria do petróleo e de diamantes, e muito recentemente na exploração de vários outros minérios, caso o transporte aéreo se torne eficiente, regular e atrativo, teremos ainda assim uma demanda maior do que a oferta. Outro gargalo que poderá tornar exponencial a demanda, será o facto da Artéria Aorta da rede viária a N230 (estrada nacional) se apresentar em estado precário e de requerer um tempo provável de 3/5 anos para reabilitação. Muitos vão preferir deslocações rápidas e seguras por via aérea, mesmo diante do espectro das limitações, para deslocação de técnicos dos grandes projectos no sector agrícola, industrial, líderes religiosos, movimentação de valores financeiros, movimentação de familiares, etc.


Caso o sector apresente padrão de Excelência, as grandes empresas de petróleos e outras, passarão a optar pelo uso de aeronaves ao invés do investimento dedicado para cobertura inadiável das necessidades operacionais e de logística. O mercado no Transporte de Carga e Correio, poderá conhecer uma grande expansão.