Luanda - No dialecto da banda Mixeiro é o termo atribuído a indivíduos que ganham dinheiro em comissões vendendo produtos de terceiros ou tentam ganhar vantagem de situações usando métodos não convencionais ou ilegais. Sendo a Mixa a arte de obter dinheiro a qualquer custo.

Fonte: Club-k.net

A nossa classe de empresários há muito que vem dando sinais de que não passam de meros Mixeiros a procura do lucro fácil, sem qualquer compromisso com esta pátria e as suas comunidades.


Bem se sabe que quando bem sucedidos os empresários com as suas ideias e empreendimentos inovadores podem gerar melhoria na qualidade de vida, empregos, riquezas e contribuem enormemente para o crescimento da economia.


Na banda a nossa classe de empresários é a primeira a diagnosticar e espalhar aos quatro ventos os falhanços das instituições financeiras que não financiam nada e as políticas desajustadas a nossa realidade implementada a ferro e fogo pelo nosso Executivo de catumbeta. Mas são também os primeiros que se viciaram numa economia de importação e lucro fácil, os primeiros que se arrogaram nos títulos de empresários para prestarem mau serviço aos seus concidadãos, os que usaram o lucro fácil para seduzir as novinhas e mergulharam no mar de excessos no tempo do dólar burro. Vale ainda mencionar que são também os principais evasores do fisco.


É vergonhoso que a nossa classe de empresários permita que os seus concidadãos façam consumo de alimentos importados em contentores como se fossemos roedores. A nossa economia está assente em importações e os dólares usados para tal são na sua maioria obtidos no mercado informal, os nossos empresários permitiram que os nossos irmãos do Mali, Guine Bissau e outros países viessem cá e tomassem de assalto o mercado cambial informal e hoje sãos os mesmos que choramingam dia e noite sobre a escassez de divisas. Não tenciono de forma alguma antagonizar ou discriminar quaisquer grupo étnico que fez de Angola o seu novo lar.


Mas observa o seguinte, quando um angolano monta a sua loja, normalmente ele não faz um estudo de mercado para analisar o tipo de productos que a população da sua comunidade precisa. Quando o cliente quando efectuar uma visita a sua loja não só não vai encontrar o que realmente precisa como também vai encontrar os artigos a um preço extremamente inflacionado, fora do prazo de consumo e muito provavelmente o individuo por detrás do balcão o tratará com animosidade. O que acontece a seguir é familiar, tarde ou cedo a população deixará de comprar apartir do mesmo e a loja acabará fechando. Tão logo isso acontece, vai aparecer um nosso irmão do Mali chamado Mamadou que vai alugar a mesma loja e se tornará no maior vendedor da zona pelo tempo que estiver operando na comunidade.

Angola é um país grande, belo e cheio de recursos que precisa de empresários comprometidos em resolver os problemas das nossas comunidades, visionários capazes de inverter a nossa total dependência em importações, indivíduos que conseguem pensar em prol das gerações vindouras e que conseguirão deixar de lado o vício pelas novinhas, os carrões, os vinhos, verões em Portugal e muitos outros excessos do presente. Angola precisa de uma classe de empresários que consegue se unir e colaborar para o alcance de um bem comum, Angola precisa de empresários, estamos cansados de Mixeiros.