Menongue - Formar e informar são princípios constitucionalmente consagrados (art. 35, n.º 1 e 2 da LC). No entanto, não tem sido, está a leitura feita nestes termos e disposição. Formar e informar, não é responsabilidade do Estado, como também é responsabilidade dos indivíduos legalmente organizados ou dos cidadãos que tendo uma capacidade intelectual reconhecida têm o direito e o dever de formar e informar sobre determinados assuntos que preocupam a sociedade, com isenção e imparcialidade na busca efectiva de uma pluralidade de opiniões e de convicções fundadas sobretudo em bases científicas, que norteiam um determinado assunto independentemente da sua natureza política, social, económica e desportiva.
Fonte: Club-k
Jornalistas e pares do regime
E no ensejo de transformar este exercício de cidadania, mais pragmático e pedagógico, é necessário que se entenda conceitualmente formar e informar, como sendo um acto, pelo qual determinados indivíduos imbuídos de uma capacidade técnica «, profissional e de reconhecida índole, muitas vezes conotadas com uma cor partidária, que são chamados à informar à opinião pública sobre determinada matéria de interesse público, mas para que haja formadores de opinião pública é preciso que haja órgãos de comunicação social, quer públicos quer privados. Este exercício tão nobre, que é o de formar informando, é um oxigénio para a democracia, pois, quanto mais informação diversificada e plural um povo ter, maior será a sua capacidade crítica de julgar os actos inerentes à governação, e os efeitos produzidos nestes mesmos actos, trazidos depois à análise na imprensa, com os respectivos especialistas.
Ora, como é que nos damos conta, de que estamos perante ou não de um mau formador de opinião pública? Para que, cada cidadão, seja ele leitor, ouvinte, internauta, telespectador, ou até mesmo espectador, no caso de palestras ou conferências, é necessário primeiro que entenda o assunto em questão que esteja a ser abordado, por parte de um especialista na matéria, e depois tirar, como é óbvio, as suas ilações, porém, até podemos ser inteligentes, e sermos induzidos ao erro, por se ter sempre em consideração a lógica, lógica esta, que pode ser invertida por estes comentadores, conferencionistas, que são formadores de opinião por excelência, a seu favor, fazendo crer que, um determinado facto actual, específico, mereça a nossa atenção e aceitação como como algo concreto, credível e fiável e estes factos, como sabemos influenciam o quotidiano do nosso povo, temos exemplos claros de factos, que foram levados a debates públicos por especialistas de renome, como o caso da crise económica e financeira mundial, em que estes aludidos comentaristas, juristas, jornalistas e pares do regime, afirmavam categoricamente, que tal crise passaria apenas nas redondezas de Angola, mas vimos, pois que, a crise provocou alterações profundas na nossa economia, e por conseguinte provocando cerca de100 mil desempregados em todo o país.
Os maus formadores de opinião pública, não medem consequências e não têm escrúpulos quando a questão é, de defender os interesses do regime, regime este, que alimenta todas as fontes de informação deste país, tutelando alguns órgãos e, tendo como reféns outros órgãos de comunicação social, com o seu poderio económico, político e militar. De um tempo a esta parte, vimos a assistir a ascensão de muitos bons especialistas/comentadores do quotidiano, essencialmente jovens que diga-se de passagem já terem firmado o seu espaço no mosaico da comunicação social, por outro lado, o surgimento de mais órgãos do ramo, vem enriquecer cada vez mais este exercício nobre de formar informado, embora isto não implique efectivamente que, estes órgãos tragam necessariamente a pluralidade que se quer para um país que se quer democrático e de direito.
Os formadores de opinião pública, hoje estão mais sofisticados e abrangentes, o nível de escolaridade dos angolanos, exige maior acutilância dos formadores de opinião pública, como já fiz referência acima, os factos que efectivamente interessam ao povo angolano, como o caso da Constituição, têm sido deturpados por estes maus formadores de opinião pública.
Em verdade, há tanta diferença de como se informa, e de como se deveria informar, e daquilo que se faz hoje para que se tenha uma informação credível plural e o mais abrangente possível, por aquilo que se deveria fazer para que efectivamente se acabasse com os “maus formadores de opinião pública” esses que têm a incumbência de formar e informar com verdade sobre os factos actuais mais candentes, como a Constituição da República que se transformou numa diversão política cria da por sua Excelência o Presidente da República, Eng.º José Eduardo dos Santos, ao introduzir elementos estranhos à realidade política de matéria constitucional e que se propagou como um vírus mortal no ego dos defensores do atipismo e da tirania pseudo-democrática do Mpla(JES) e que os maus formadores de opinião pública, têm tido o prazer de enganar o povo, através da TPA, RNA, Jornal de Angola, Angop, Zimbo e até da nossa Rádio Ecclésia, que mormente se tem deixado ao reboque institucional do governo e pelo facto de alguns padres, bispos e cardeais estarem conotados com o regime, e agora também temos maus formadores de opinião pública eclesiásticos, que pena! “Deus vendeu mesmo a alma ao Diabo” como diz Domingos no seu último artigo com o mesmo título, a censura também faz parte da emissora de (des)confiança, tudo porque o regime quer mandar em tudo, até em Deus!
O povo angolano deve munir-se de instrumentos inspirados na filosofia da vigilância governativa, que se baseia nos eixos da sua manutenção “povo no poder”, ou seja, não devemos a segregação do povo ao poder, porque o poder em democracia deve estar intrinsecamente ligado ao povo, e não o contrário, e a comunicação social é um poder ao serviço do povo, não da burguesia dominante e dos seus interesses. Angolanas e angolanos é chegado o momento de dizer basta a censura, basta aos maus formadores de opinião pública, basta a quem diz não a uma imprensa livre, vamos todos dizer basta MPLA(JES).