Luanda - Em Angola só um terço dos cidadãos tem água canalizada em casa, enquanto metade não tem acesso à ligação elétrica da rede pública, dificultando a higienização que é prioritária no combate à Covid-19.

Fonte: Lusa

As medidas de higienização são prioritárias no combate à Covid-19, mas em Angola só três em cada 10 cidadãos têm água canalizada na residência, enquanto metade não tem acesso à ligação elétrica da rede pública, revelou esta sexta-feira um inquérito.


Realizado pela Afrobarometer, uma rede de pesquisa pan-africana e não partidária que fornece dados quantitativos sobre a vivência e avaliação dos africanos da democracia, da governação e da qualidade de vida, o inquérito indicou que as dificuldades no acesso à água canalizada estão a preocupar muitos angolanos por causa da pandemia de Covid-19.

 

Segundo o estudo, apenas três em cada 10 angolanos têm água canalizada no interior das suas residências ou no quintal, enquanto quatro em cada 10 angolanos precisam de sair das suas residências para terem acesso a uma casa de banho ou latrina.

 

O primeiro inquérito do Afrobarometer em Angola observa ainda que cerca de metade dos angolanos não tem acesso à ligação elétrica da rede pública.

 

As principais conclusões do estudo também indicam que 13% dos angolanos obtém água para o consumo doméstico do chafariz ou poço com tubo ou manivela.

 

“Os residentes das zonas urbanas têm quatro vezes mais chance de usufruírem de água canalizada no interior das suas residências ou quintais do que os residentes das zonas rurais”, lê-se no texto que acompanha as principais conclusões do inquérito.

 

Outra constatação é de que, em Luanda, menos de metade (44%) dos residentes dispõe de água canalizada no interior das suas residências ou quintais.


A situação é mais crítica nas regiões do Leste (21%), do Norte (17%) e do Centro Norte (16%).

 

A investigação refere que 34% dos angolanos ficaram sem água potável suficiente para o uso doméstico “muitas vezes” ou “sempre” em 2018 e 35% “apenas uma ou duas vezes” ou “algumas vezes”.

 

Apenas 29% dos angolanos usufruiu de um fornecimento de água canalizada de forma regular.

 

Por seu lado, seis em cada 10 angolanos (59%) disseram possuir casa de banho ou latrina no interior das suas residências ou no quintal, enquanto 20% tem acesso fora do quintal ou complexo habitacional e outros 20% não dispõem de nenhuma casa de banho ou latrina.


O mesmo estudo apurou que cerca de quatro em cada 10 angolanos (44%) vive em residências sem ligação a rede pública de eletricidade, sendo que “os residentes de Luanda têm mais do que o dobro de chances de dispor de ligação elétrica da rede pública nas suas residências, comparativamente aos residentes das regiões Leste (37%), Sul (38%) e Centro (38%)”.

 

Para este inquérito, a equipa do Afrobarometer, liderada pela Ovilongwa — Estudos de Opinião Pública, entrevistou 2.400 angolanos adultos, entre 27 de novembro e 27 de dezembro 2019.

 

Angola regista 86 infetados por Covid-19, dos quais quatro mortos.

 

Em África, há 4.756 mortos confirmados em quase 170 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.


A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

 

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.

 

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.