Luanda - Perto de 160 funcionários da Multiperfil estão, neste momento, submetidos à confinamento compulsivo devido ao registo de dois casos positivos da Covid-19, de uma paciente idosa e sua acompanhante, cujas ligações familiares é atribuida à uma alta patente militar angolana.

Fonte: Club-k.net

São 158 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnósticos e pessoal administrativos, que vivem a cerca sanitária no interior da Multiperfil, desde 30 de Maio, sem aviso prévio aos afectados.

 

O epicentro do assunto é uma anciã de 82 anos de idade, que fora submetida a uma cirurgia oftalmológica no dia 11 de Maio, com permanência de 48 horas na unidade de cuidados intensivos-UCI- antes da alta hospitalar que veria a acontecer no dia 13 de Maio.


A paciente, pelo estatuto do seu parente no aparelho militar, teve direito a uma acompanhante. Submetidas depois ao teste da Covid-19 veria-se a confirmar que a anciã e a sua acompanhante estavam infectadas com o novo coronavirus: tratam-se dos casos 83 e 84.


Por conta disso todos os trabalhadores, médicos, enfermeiros e outros profissionais foram fechados no hospital, sem aviso prévio, sem condições mínimas de acomodação e, o mais grave, sem qualquer explicação do Ministério da Saúde. As coisas foram feitas sem qualquer plano de contingência. Neste rol de confinamento compulsivo estão inclusive funcionários que nem de longe, muito menos de perto tiveram qualquer ligação, nem profissional , nem afectivo, com os dois casos.


Como a Anciã, de 82 anos, segundo alegam os confinados, é mãe de um General, e como a paciente, uma vez com alta hospitalar necessitaria de seguimento dos médicos que a operaram, a estes foi-lhes permitido sairem do hospital para poderem acompanhar a recuperação pós-operatória da doente, mãe do General. As fontes do Club-K dizem não entender o porquê dos dois pesos e duas medidas para o mesmo problema.


Mesmo sendo a Multiperfil uma unidade de grande porte e de importante intervenção no sistema dos serviços médicos e hospitalares do país, a mesma está totalmente encerrada, acarretando com isso grandes e graves prejuízos sociais.


Os médicos consideram, a situação que vivem, algo semelhante à um cárcere. A direcção do hospital, que tem a cabeça o brigadeiro reformado e médico gastroentereologista Belmiro Rosa, incapaz, não consegue explicar aos confinados os verdadeiros meandros do caso.


Diz-se , também, que à todos os cercados foi-lhes retirado amostras para testes e que até agora não há qualquer resultado porque o país e o laboratório nacional não têm reagentes.

Os médicos ameaçam abandonar o hospital e procurar outros rumos tão logo sejam libertos do compulsivo confinamento.