Luanda - A União dos Pequenos e Médios Empresários de Angola (UPME), que congrega 208 operadores do mercado, alertou ontem, em Luanda, que mais quatro mil empregos directos providos pelas empresas representadas por essa associação estão ameaçados, mercê da conjuntura marcada pelo que declara ser a “inflação galopante”, altas taxas de juro e de câmbio.

Fonte: JA

Num encontro realizado para reunir informações sobre as condições mais gerais em que operam os associados, a UPME anunciou que vai solicitar ao Governo a introdução de decisões de carácter aduaneiro para as pequenas e médias empresas e a redução da burocracia nos bancos, como parte das medidas necessárias para viabilizar as empresas que representa.


A presidente da UPME, Beatriz Franck, revelou ao Jornal de Angola que a organização propõe-se auxiliar o Executivo na luta contra a pobreza, por intermédio da diversificação económica, o que considerou ser vocação daquela associação que reúne empresas de vários sectores, tendo, no conjunto, um peso assinalável no Produto Interno Bruto (PIB).


Beatriz Franck anunciou que, com base nas conclusões da reunião, a associação vai enviar uma comunicação ao Presidente da República que, considera a empresária, “tem uma estratégia de interacção com a sociedade”. Questionada sobre a adesão dos filiados da UPME às iniciativas institucionais de financiamento instituídas para aliviar o impacto da crise causada pela pandemia da Covid-19 na economia, Beatriz Franck considerou que tais programas têm como principais alvos os sectores da Agricultura, Pesca e Indústria, ao passo que a intervenção da associação abarca negócios muito variados, incluindo empresas que ainda não conseguiram transitar para a formalidade.


Contudo, atribuiu nota positiva ao esforço que os organismos institucionais estão a envidar no sentido de aliviar o aperto financeiro com que os empresários se deparam nesta altura. “Estamos convictos de que tivemos um encontro a todos os níveis muito produtivo, porque pudemos interagir com 208 empresários e seus representantes, tendo estes colocado questões e apresentado sugestões que concorrem para a melhoria do ambiente de negócios e o crescimento da nossa economia”, afirmou, sublinhando a decisão de “apresentar todas as preocupações ao Presidente da República, de modo que possa encontrar as melhores soluções para ultrapassar os principais problemas, permitindo, desta forma, salvaguardar mais de quatro mil empregos directos”.