Sumbe - Estão detidos desde ontem 10.06.020 à tarde na cidade do Sumbe pelo serviço de investigação criminal, o secretário do governo provincial do Kwanza-Sul Carlos Henriques e o director do hospital municipal da Conda Moniz Nkossy por crime de peculato.

*Fernando Caetano
Fonte: Club-k.net

ESCÂNDALO FINANCEIRO NO GOVERNO LOCAL

O Club K sabe de fonte do palácio do governador que a detenção de Carlos Henriques deve-se ao facto deste estar a suportar as despesas com dinheiro público da construção de uma residência para a vice-governadora Emília Tchinawalile Camuhoto.


A que mais sobressai é o facto de Carlos Henriques ter apresentado notas de saídas com gastos desnecessários como cartões de compras do supermercado MAXI onde o governador gasta mensalmente 8 milhões de kzs.


Existem ainda outras despesas não esclarecidas onde Job Capapinha recebeu de Carlos Henriques 2 milhões de kzs, os dois vices-governadores abocanham 1,5 milhões de kzs cada, o próprio secretário Carlos Henriques recebe 1 milhão de kzs, igual para o chefe de gabinete do governador, do protocolo, director adjunto do gabinete do governdor e 500 mil kzs para a secretaria de Capapinha e o chefe do património.


Quanto a questão haver com o director do hospital da Conda, este desviou dinheiro que servia de sustento a própria unidade hospitalar em número ainda não especificado.


Moniz segundo se sabe, é reincidente nesta prática uma vez já tê-lo feito no hospital do Sumbe, no INEMA local e agora no hospital da Conda.


Porém a procuradoria geral da República junto do SIC já se pronunciou na pessoa do sub-procurador da república junto do órgão policial Soares da Cruz: “Duas pessoas detidas entre as quais o secretário do governo provincial do Kwanza-Sul e o director do hospital municipal da Conda. Os mesmos foram detidos ontem através de um Mandato de detenção e, estão implicados no crime de peculato”.


Perguntado sobre a tipificação e as razões que determinam o mote do crime, Soares da Cruz invocou o segredo de justiça como pressuposto incondicional: “De momento não posso responder porque o processo está sob segredo de justiça e, há certos detalhes que nós não podemos dar a conhecer ao público nesse momento. Podemos informar é de que foram acareadas provas que sustentam a detenção. Os demais poderemos esclarecer se calhar n futuro em breve mas, de momento são as questões que nós podemos responder”.


E sobre as empresas que estão envolvidas no caso…“Nós não podemos responder agora essa questão das empresas ou instituições envolvidas neste crime mas, a breve trecho poderemos informar, o processo está em instrução preparatória e depois se verá”.


Só para recordar, num dos seus pronunciamentos quando acusado no caso “viaturas milionárias”, o governador do Kwanza-Sul Job Capapinha afirmou categoricamente que na província desde 2018 que não restava nada para desviar, tão-pouco para roubar e quem o fizesse arcava com as consequências: “A nossa gestão é transparente e os nossos actos administrativos continuam conforme a Lei das finanças públicas, aliás a maioria dos membros deste governo sabem melhor do que eu que aqui no Kwanza-Sul depois de 2018, não existe mais nada para desviar e muito menos para roubar. Quem entender que existe e tentar assumirá o seu vício. Repito: a maioria dos membros deste governo sabe melhor do que eu que aqui no Kwanza-Sul depois de 2018, não existe mais nada para desviar e muito me nos para roubar e quem entender que existe e tentar assumirá o seu vício”.


De recordar que no governo do Kwanza-Sul este é o segundo caso de peculato que envolve o secretário do governo depois de ter sido Teixeira Clemente já exonerado.


Segundo documento chegado ao Club K dá-se conta que a população já não quer Job Capapinha no governo local devido a vários escândalos financeiros a que está envolvido em companhia de seus comparsas, deixando a província com níveis muito baixos de desenvolvimento.