Luanda - Na terra do “Sabes quem eu sou”, o video viral no qual uma senhora, que parece estar bebada e mestiça, desacata com um Agente de transito e que foi detida sem acto de violência, esta a ser usado para criar, de maneira forçada uma narrativa em que Angola tem um problema de “violência policial Racista”, em uma imitação directa dos Movimentos de protestas nos Estados Unidos que surgiram depois da morte de George Floyd.

Fonte: Roboredo

A acusação feita pelo “comunicólogo” Herlander Napoleão, antes de ser repetida ,verbatim, por centenas de pessoas nas redes sociais, é que “se na mesma situação estivesse um outro cidadão de um extrato social baixo e de pele escura a atitude da polícia seria diferente”, porque o “O angolano de pele escura é muito complexado”. Pois a policia Angolana matou pessoas como a zungueira Juliana Cafrique entre outros.

 

A acusação de discriminação por classe social neste caso serve apenas de camisinha para introduzir a acusação que a Policia Angolana é racista, pois não foi a sociedade como um todo que estava naquele video, apenas um Efectivo da Policia.

 

Se nos Estados Unidos a policia é racista porque os agentes brancos, cujo o estado normal é de ser justo com o cidadão, é anormalmente injusto contra o cidadão negro, a acusação contra a Policia Angolana é que seus agentes, cujo o estado normal é de ser injusto e violento com o cidadão, agem de modo anormalmente justo com cidadão mestiço. Sabendo que os mestiços constituem menos de 2% da população de Angola e que os “pobres de pele escura” constitui pelo menos 40% da população, o “comunicólogo”, e seus comparsas cibernéticos, querem nos dizer a policia normalmente violenta em até 40% de suas actuações, é racista porque não é violenta em até 2% de suas actuações. As pessoas normais rotulam pessoas ou instituições pelo o que mais fazem, e não pelo que menos fazem, porem foi mesmo esta pirueta mental que foi usada para chegar a conclusão que a nossa policia é racista. Seria como acusar o seu amigo de ser um fundamentalista cristão porque vai a missa uma vez por mês, e apesar esta bebado 25 dias por mês. Recomendo a assessoria Jurídica da Policia Nacional que exija esclarecimentos em tribunal contra a acusação que sua instituição é um antro de assassinos violentos.

 

Se a sociedade Americana seria racista porque o Branco faz actos racistas contra o Negro, a sociedade Angola seria Racista porque os “Mestiço tem privilegio”, ou seja no primeiro caso um racista por agira e no segundo por ser paciente da ação da um terceiro.

 

O “Comunicólogo”, e seus comparsas cibernéticos, na sua ansia de imitar o movimento global de luta contra “as violências policias racistas”, conhecido como BlackLivesMatter e pela sigla BLM, querem nos dizer que a ausência de um acto, o uso de violência contra a senhora mestiça em Angola, é a prova do racismo a mesmo titulo que a ocorrência de um acto, o uso homicidade de força policial contra um cidadão Americano. A inversão logica é de tal modo cômica quando sabemos que os imitadores Franceses e Brasileiros do BLM, pelo menos usam casos similares ao do George Floyd, como por exemplo o de Adama Traore.

 

Porem a fraude intelectual não para ai, pois, o “Comunicólogo”, e seus comparsas cibernéticos, nos dizem que temos um problema de racismo porque um elemento da Policia de Transito agiu de forma justa com uma mestiça enquanto que outro agente da Policia de Ordem Publica agiu de forma injusta com uma pessoa negra. Ambos são policias policia, porem fazem parte de organizações diferentes e tem modos de actuação diferente. O Policia de Ordem publica anda armado e esta sempre pronto para usar a violência, se necessária, para impor a ordem e levar os infractores a justiça, e por isto mesmo tem mais oportunidades de cometer erros de excesso de violência, como aconteceu no caso da Zungueira Cafrique, porem o uso da violência por ela não é um acto de justiça, mas apenas uma necessidade pratica permitir que o infractor seja levado ao tribunal para ser julgado. O Agente de Transito é diferente do policia de ordem publica porque é ,ao mesmo tempo, agente da ordem e juiz que castiga o infractor, porem não o faz com violência, seja física ou por arma de fogo, mas por aplicação de multas. Sendo a multa e apreensão do veiculo o instrumento que o transito tem para castigar o cidadão, estaríamos diante de uma caso de “favorecimento racista” em prol da senhora mestiça se ela não tivesse sido multa e e seu veiculo não tivesse sido apreendido. Coisa que não conseguimos saber usando apenas o video.

 

O video nem sequer prova que a senhora foi tratada de modo privilegiado, pois a actuação do Policia de transito, que geriu com calma a condutora para a asfaltar do veiculo enquanto chega o Patrulheiro para a levar a esquadra e o reboque para levar o carro ao parque, foi exactamente o mesmo usado no episódio do Fala Angola sobre os bebados nas estradas de Angola, que foi transmitido em 2020. Quantos trânsitos espancaram e baleiam condutores bebados em Luanda em 2019 ?

 

Este episódio faz lembrar da falsa acusação de racismo contra o restaurante Café Del Mar em 2018, digo falsa porque a suposta vitima, o “ativista” Simão Hossi, ligado ao grupo dito dos Revu dos 15+2, alegou racismo por ter sido retirado restaurante pelos seguranças negros por ter faltado respeito a uma auxiliar de limpeza negra. O “racismo”, segundo o Simão Hossi, teria sido o facto que os clientes Brancos são tratados melhor e que a gerente naquela altura era uma pessoa mestiça, porem tudo pode ter sido uma encenação porque o restaurante pertencia alegadamente a Isabel dos Santos. Diante do pedido louco de “uma compensação de 50 milhões de kwanzas” pelo acto racista imaginário, o restaurante respondeu, de forma totalmente justa, com uma oferta 5 sessões com um psicologo para ver se o acusador encontra seu juízo.

Links sobre o caso:

https://www.radioangola.org/simao-hossi-promete-levar-cafe-del-mar-a-tribunal/
http://viajar.sapo.ao/noticias/sociedade-civil-protesta-hoje-contra-alegada-discriminacao-em-restaurante-de-luanda


Em uma pagina de discussão sobre o caso actual, um internauta disse que acreditava que a acção da policia era racista porque “no Kilamba os policias não multam as mulatas”, pois agora em Angola tentar ser simpático com mulheres na esperança de as conquistar virou um acto de racismo.

A reacção de pessoas como o “Comunicólogo”, e seus comparsas cibernéticos, revela dois problemas intelectuais:

Os Angolanos estão presos a propaganda politica da Luta de Independência, que, por uma necessidade de brevidade e eficácia, focava no aspecto de uma luta de negros contra brancos invasores que oprime o negro, porem já que o branco se foi embora em 1975 se substituiu este pelo mestiço que é parcialmente branco, quando o normal seria termos criado um novo quadro de ideais para explicar a nova situação que vivemos.

 

O facto que esta a tentar copiar um movimento estrangeiro, apesar de não termos factos similar aos que aconteceram nos estados unidos, revela uma incapacidade de perceber a realidade e uma necessidade do Angolano de viver dentro do mundo que ele vê na Televisão e redes sociais, o que repetiu as esperanças e temores de uma revolta popular em Angola durante a Primavera Árabe apesar de Angola não ter as condições necessárias para tal revolta. Somos independentes politicamente, porem intelectualmente somos dependentes.


Os casos de uso excessivo de força que resultaram na morte de tantos Angolanos, tanto em 2019 e 2020, podem ser explicadas mais facilmente pelo facto de que ainda temos uma geração de Angolanos que estão habituados a arbitrariedade e violência do tempo do Partido Unido, não importa seu partido politico antigo ou actual, pois estão ainda activos na politicas pessoas que eram actores da guerra e dos varias massacres que aconteceram em angola desde 1975, e que apesar das mudanças jurídicas os velhos hábitos veem a tona, o que choca a geração mais jovem que vive em parte dentro de um mundo virtual, situado entre a Europa e a America, que é muito mais sensível ao uso sensível de violência.


Devemos reconhecer o esforço feito pela nossa Sociedade, e entender quem somos, porem é mais conveniente para muitos tentar estar, intelectualmente, na moda, que neste caso traz o risco de criar hostilidade desnecessária contra a policia e criar ódio racial contra os Mestiços em nome do combate ao racismo.


No máximo este video deveria ter servido como oportunidade para Saudar o Agente pelo seu profissionalismo e Calma, de modo a incentivar esta atitude na corporação, porem a ansia de se junta a onda de protestos de BLM excedeu o juízo de muitos.