Luanda - Muitos países foram surpreendidos quando a OMS decretou a pandemia do novo coronavírus. Angola - como todos os outros - teve que trabalhar com celeridade para conter a transmissão ou propagação da Covid-19 e a disseminação em massa que motivaram aquela decisão da OMS.

Fonte: Club-k.net

Se é verdade que o decreto de pandemia mudaria a maneira como estava a ser pensado o controlo da doença, também é verdade que foi graças às medidas de política pública já em curso no nosso país que estamos hoje a dar as respostas adequadas para evitar o caos nas unidades hospitalares e a consequente perda de vidas.


É sempre bom lembrar, a propósito deste tema, que dois meses antes da declaração da OMS, mais precisamente no mês de Janeiro deste ano, o presidente do Conselho do Fundo Global, Donald Kaberuka, destacou, na capital do nosso país, “o empenho do Governo angolano em resolver os problemas de saúde, mediante a reabilitação e apetrechamento de unidades hospitalares”. Isto é uma prova concreta de que a preocupação com a saúde do angolano já constava entre as prioridades da actual governação.


Antes da pandemia, a crise económica e financeira que assola o país desde 2014 em momento algum foi usada como obstáculo para que o Executivo investisse em centros de referência que lhe permitiram poupar mais de metade dos 15 mil milhões de kwanzas gastos, anualmente, em pacientes com insuficiência renal, por exemplo. Obviamente que a pandemia acelerou a execução de outros projectos e investimentos na saúde pública no nosso país. Era preciso criar as condições imediatas para que fosse evitado o caos.


Por isso, devemos ler as mensagens difundidas pelo Presidente João Lourenço nas redes sociais (via Twitter) como uma notícia de que em Angola a vida humana importa. “Pouco mais de uma semana depois da abertura do Hospital de campanha de Viana, Luanda acaba de ganhar mais uma unidade hospitalar de referência no Km 27”, comentou o Presidente na primeira mensagem. A informação foi concluída pelo próprio João Lourenço com a constatação de que “o investimento público na saúde tem sido um facto nos últimos anos”.


Numa nova mensagem, também naquela rede social, o Titular do Poder Executivo esclareceu que “a unidade servirá não apenas no combate à COVID-19, como outras patologias. O País ganha cada vez maior capacidade de resposta às endemias. O número de camas nos cuidados intensivos também aumenta significativamente”. Daí a conclusão de que a pandemia tenha acelerado a execução dos projectos já existentes.


Na última semana e numa outra mensagem o Presidente da República, na mesma rede social, informa: “O Executivo está atento a outras patologias como a malária, a insuficiência renal, as doenças diarreicas nas crianças e outras.


Neste mês da criança, o Hospital pediátrico de Luanda vai ganhar uma nova unidade com banco de urgência,internamento e UTI.”


Paralelamente a essas acções anunciadas, obviamente que devemos destacar os trabalhos da Comissão Multissectorial para a Prevenção e Combate à Covid-19, também um investimento público no sector da Saúde, ainda que com tempo e aplicação vinculados ao período de duração da pandemia. São poucos os países que estão a tratar com tamanha disciplina e determinação a prevenção e monitoramento da pandemia. Angola é seguramente um modelo exemplar.


Quando o Índice Global de Segurança Sanitária (GHS), divulgado em Outubro de 2019 avaliou, entre outras coisas, como os países lidariam com uma pandemia inevitável, observando uma série de factores, como renda, segurança nas fronteiras, sistemas de saúde, para além de factores de risco político, socioeconómico e ambiental, Angola já estava na vanguarda da preocupação dos cientistas do Centro de Segurança da Saúde da Universidade Johns Hopkins e da Iniciativa de Ameaça Nuclear (NTI).


Lamentavelmente, a maioria dos países do nosso continente tem sido apontada como “menos preparada” entre todos os países. Isso, no entanto, jamais poderia servir de desculpas para que a saúde pública no nosso país deixasse de ser tratada com a necessária prioridade. Nesse sentido, os investimentos da actual governação no sector da Saúde constituem importante página na nossa história de conquistas colectivas. Obviamente que há muito a ser feito, mas isso deve ser visto como etapas de novas conquistas.


O certo é que o surto do novo coronavírus acelerou o investimento do Executivo num sector que era uma das maiores reivindicações do nosso povo. Ao tomar diferentes medidas para tentar impedir a propagação da Covid-19, a actual governação adoptou dois caminhos paralelos e complementares, pois cumpre os procedimentos preventivos e de tratamento específicos desta pandemia vigente e, ao mesmo tempo, está a criar estruturas permanentes para que o acesso à Saúde seja uma realidade constante em Angola, não apenas uma condição circunstancial.

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