Lisboa – O empresário angolano Tomasz Dowbor endereçou no passado dia 24 de Junho, uma exposição ao Bureau Político do MPLA negando que tenham sido os créditos bancários da suas empresas responsáveis pelo falência do Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC), detido pelo histórico Kundi Paihama.

Fonte: Club-k.net

Tomasz Dowbor que é o Primeiro secretário do Comité de Acção do Partido (CAP) do MPLA, decidiu escrever a direção central do partido no poder depois de terem surgido publicações fazendo referencia a um relatório do BNA (sobre a falência do BANC) que o apresenta como a entidade que terá beneficiado de empréstimos na ordem de 2 mil milhões de kwanzas, investidos no ramo da construção.


O empresário admitiu que as suas empresas - Grupo Poltec e BoaVida – receberam empréstimo bancário que foram sendo amortizados entre período de 2014 à 2018, sendo um dos mais disciplinados e credíveis clientes do BANC, garantindo o pagamento mensal das suas prestações. “Não obstante a isso o BANC tem em sua posse garantias reais sobre formato dos imóveis com respectivos registos prediais, hipotecados à favor do BANC de acordo as exigências contratuais para cedência do referido crédito”, escreveu.


“Nós sim admitimos que recebemos do BANC, o financiamento de que se fez referência, que hoje não ultrapassa os 2 000 000 000,00 (Dois mil milhões de kwanzas) financiamento este, que foi destinado a aceleração e suporte das despesas adicionais para operacionalização da construção do empreendimento, em função de uma elevada demanda por parte dos clientes do BANC para aquisição das casas na UBV, via crédito bancário”, lê-se na exposição na qual o Club-K teve acesso.


Conforme explicou Tomasz Dowbor, “Após a análise do relatório do BNA sobre a falência do BANC, que foi decreta em 2019, com 41 720 020 000,00 (Quarenta e um bilhões, setecentos e vinte milhões e vinte mil kwanzas) de dívida, sendo que 2 000 000 000,00 (Dois mil milhões de kwanzas) foi o crédito cedido as empresas do Grupo Poltec e BoaVida, que apenas representa 4% do valor falido do BANC. Face ao exposto acima é visível que o valor em questão não teve nenhum impacto no processo de falência da referida Instituição pelo contrário ao longo dos anos sustentamos o funcionamento do banco, através do pagamento das prestações mensais e afirmamos que foi um dos melhores negócios que o BANC celebrou”.


No passado dia 24 de Junho, Tomasz Dowbor foi ouvido pelo Tribunal de Luanda, a volta deste dossiê. São igualmente visados neste processo os antigos administradores do BANC como José Aires Vaz Rosário, Valdemar de Vasconcelos Augusto, Cesar Joel Gonçalves Cardoso, Jerónimo Mateus Dias Francisco, Agostinho Manuel Durões Rocha, António Luís da Graça Gameiro, e Sabino Mauro das Neves e Silva.

 

Dados do relatório do BNA indicam que a falência do BANC terá sido “voluntariamente” provocada por estes administradores executivos e gestores que terão se concedido empréstimos entre si.

 

O relatório do BNA, admite que a dada altura, uma auditoria externa havia alertado ao accionista, Kundi Paihama que os administradores executivos estariam a falir o banco com a distribuição de créditos sem cumprimento de garantias. Paihama, que é o Presidente da Mesa de Assembleia do BANC, terá negligenciado as advertências que lhe chegaram ao gabinete.


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