Luanda - A primeira fase de encerramentos de agências do Banco de Poupança e Crédito (BPC) vai obrigar a Polícia Nacional a montar várias “operações de manutenção da ordem pública e ordenamento do trânsito rodoviário na capital do país, nesta segunda-feira, 29, data de início do processo.

Fonte: Club-k.net

A informação vem expressa numa “ordem de operações” do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional a que o Club-K teve acesso neste domingo, 28, e dá conta que o BPC irá proceder, a partir das primeiras horas do dia 29 de Junho de 2020, ao encerramento de agências bancárias localizadas nos municípios de Luanda, Viana, Talatona e Cazenga.



Para efeito, o Comando Provincial de Luanda definiu como “missão” um conjunto de operações de manutenção da ordem pública e ordenamento do trânsito rodoviário, mediante o emprego de forças e meios para vigiar os factores de risco, a fim de garantir a segurança e a protecção das pessoas e do património do BPC.


A nível do município de Luanda, a Polícia Nacional vai destacar efectivos junto das agências de São Pedro, Hospital Militar, AGT Grandes Contribuintes, Girassol, Nelito Soares, Faculdade de Letras, PIR, Jumbo, Delegação da Saúde, Hospital Materno Infantil Augusto N´gangula, 4º Cartório, Hospital Josina Machel e Nori. Todas elas a serem encerradas nesta segunda-feira.



Em Talatona, a operação da PN garantirá a segurança e a protecção do encerramento do posto denominado Poupa Lá e Patriota, ao passo que no município do Cazenga o destacamento irá actuar junto da agência bancária denominada BM Acácias.


A Polícia Nacional irá também fazer deslocar o seu efectivo junto das agências da Universidade Técnica de Angola/UTANGA, do Campo Militar do Grafanil, ISTA I e Capolo I, todas elas situadas no município do Kilamba Kiaxi.


Em Viana, a operação policial vai acompanhar o encerramento das agências bancárias localizadas junto do Notário de Viana, Utanga II, Luanda Limpa zango IV, PGF e Clode Viana II.

Durante o encerramento das referidas agências, a Polícia Nacional irá realizar várias manobras, entre as quais a de patrulhamento de visibilidade e baixa visibilidade, visando a manutenção da ordem e tranquilidade pública, e ainda “monitorizar as fontes de perigo ao redor das agências” abrangidas.


Nestas operações, será também reforçado o patrulhamento de visibilidade nos arredores das agências a encerrar mediante o recurso à companhia de reacção, estabelecendo-se “diálogo com os funcionários das agências a encerrar, no sentido de dissuadir qualquer acção de resistência activa”.


O Club-K já havia dado conta da decisão dos accionistas do BPC de encerrarem várias agências e dos critérios que levaram a escolha das mesmas, que têm que ver com “o custo operacional e a rentabilidade, bem como a localização” destas dependências bancárias.



Ao anunciar o “plano de recapitalização e reestruturação” aos seus colaboradores, o presidente do Conselho de Administração do BPC, André Lopes, disse que as medidas de compensações e benefícios aos colaboradores vão além das indemnizações previstas na Lei Geral do Trabalho (LGT)” e que tinham resultado de uma deliberação do seu corpo accionista, devido à “fraca qualidade dos activos” do banco e o facto de o mesmo apresentar um “desempenho económico e financeiro negativo”.


O BPC, cujos proventos têm sido “insuficientes para cobrir os custos operacionais”, devido à crise de liquidez que se vem agravando ao longo dos anos, prevê, além do perdão de créditos até ao montante global de 15 milhões de kwanzas, a indemnização calculada nos termos da LGT, acrescida de uma compensação financeira de 20% e a concessão de créditos até três milhões de kwanzas, para início da actividade económica” a todos os seus colaboradores que venham a ser abrangidos no processo no plano de recapitalização e reestruturação.


“A redução da estrutura de custo implica actuar sobre os custos com o fornecimento de serviços a terceiros, através da renegociação de contratos e dos concursos públicos, redimensionar a estrutura central e a rede de agências, bem como diminuir os custos com pessoal”, disse na ocasião o PCA do BPC.


Constam também do quadro de compensações e benefícios o pagamento de duas acções de formação profissional por cada colaborador e a manutenção do seguro de saúde por mais seis meses.



Em função da extinção dos vários postos de trabalho, o redimensionamento do quadro de colaboradores do BPC irá doravante ocorrer de forma gradual, devendo este ser ajustado à medida que forem implementando as várias medidas previstas no plano de recapitalização e reestruturação e avaliando os seus impactos.


Entretanto, nesta fase o redimensionamento da força de trabalho obedecerá às seguintes modalidades: reformas antecipadas, auto searching dos serviços auxiliares, extinção de postos de trabalho decorrente do encerramento de agências e rescisão contratual por mútuo acordo.

Estas modalidades, segundo explicações dadas por André Lopes, visam atenuar os efeitos negativos do plano de recapitalização e reestruturação do BPC, pelo que a sua adopção visou assegurar a “consistência, transparência e objectividade” do referido processo.