Luanda - As forças armadas da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) anunciaram hoje a morte de cinco pessoas, entre as quais dois soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA) e três civis, bem como três feridos do seu lado.

Fonte: Lusa

Em "comunicado de guerra" distribuído hoje, a FLEC-FAC refere que os combates ocorreram na noite de terça-feira, nas aldeias de Pangamongo e de Sangamongo, no município de Buco-Zau e município de Necuto, perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo).

 

"O exército angolano lançou uma operação contra as nossas forças e retaliamos em contraofensiva as FAA", refere o comunicado, assinado pelo comandante da zona operacional de Necuto, Sebastião Muindo Júnior.

 

No documento, as forças armadas da FLEC acusam o exército angolano de ter civis como alvo, de supostamente cometer abusos, de matar três civis e de ter detido pessoas acusadas de pertencer à FLEC.

 

Aquela força realça que a insegurança que reina no território de Cabinda, enclave situado no norte de Angola, dificulta o combate à pandemia de covid-19, nesse sentido apela à comunidade internacional a agir rapidamente para salvar vidas inocentes.

 

Segundo ainda a FLEC-FAC, os ataques das FAA geralmente são feitos através de emboscadas e incursões em aldeias congolesas.

 

A FLEC, através do seu "braço armado", as FAC, luta pela independência no território alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

 

Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma "resistência armada" contra a administração de Luanda.

 

Mais de metade do petróleo angolano provém desta província angolana.