Bengo - O director do estabelecimento penitenciário do Caboxa, subcomissário António Correia Moço, na foto, terá perdido a vida na última sexta-feira, 10, em Luanda, poucos dias após ter sido acusado positivo num teste de Covid-19, soube o Club K Angola junto dos reclusos.     

Fonte: Club-k.net

A notícia sua morte ganhou mais voz - junto da população penal - após a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, ter anunciado no sábado, 11 de Julho, a morte de mais dois pacientes, cujas descrições de um dos malogrados correspondem com o do subcomissário.

Segundo as fontes deste portal, o responsável - que se encontrava já no fim do seu mandato naquele estabelecimento penitenciário - faleceu vítima do Covid-19 e não de diabete como fazem crer alguns efectivos nos Serviços Penitenciários.  

De acordo com os mesmos, na manhã de sexta-feira, 10 de Julho, a penitenciária do Caboxa, na província do Bengo, recebeu uma equipa da direcção provincial de saúde do Bengo, com urgência e sem prévio aviso, como acontece em algumas actividades a se realizar naquele estabelecimento, que desinfectou o recinto.

"Nos sopraram em alguns chefes amigos que ele [o subcomissário Moço] morreu mesmo do Covid-19, porque desde sexta-feira que a unidade está vazia. Alguns chefes estão a fugir e outros já estão a ser chamados para fazer testes", revelaram as fontes, garantindo que mais de 35% dos efectivos dessa unidade vivem na província de Luanda, assim como o malogrado. 

"O nosso receio é que essa doença se propague aqui dentro entre reclusos porque muitos de nós mantemos, todos os dias, contactos com chefes devido algumas actividades", disseram, salientando que "pelos dados que anunciaram no último sábado, aquando da actualização sobre os casos da Covid pela ministra, um dos malogrados, a idade, várias complicações de saúde e o agravamento rápido que levou a morte, é o Dr. Correia Moço".

As fontes do Club-K revelaram ainda que, a responsável do Posto Médico do estabelecimento penitenciário do Caboxa, identificada apenas por chefe Tininha, está ausente da unidade há mais quatro dias, ou seja, desde o dia em que o subcomissário António Correia Moço deu a primeira recaída. "Normalmente ela é que prestava cuidados de saúde no director nos últimos dias, segundo alguns colegas dela, a Tininha e a secretária do director, neste caso o malogrado, já estão em quarentena em Luanda", asseguraram.

Reclusos alegam que a maior parte dos efectivos do Caboxa, sobretudo os que vivem em Luanda, mantêm contactos com os mesmos sem máscaras. "Não há material de biossegurança na entrada da cadeia para os presos. A tempos deram um frasco de vinagre em cada bloco para os reclusos passarem a se desinfectar, infelizmente isso não dá jeito", remataram. 

De realçar que, o quadro epidemiológico nacional registou, nas últimas 24 horas, mais 21 casos positivos e dois óbitos. Segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que fazia a actualização dos dados sobre a Covid-19 no país, trata-se de 20 pacientes angolanos e uma cidadã Indiana. Com estes, o país conta com 483 infectados, 118 recuperados, 340 activos e 25 óbitos.