Benguela - Seis cidadãos, de um total de 247 que se submeteram à testagem rápida, na província de Benguela, expressam a probabilidade de terem entrado em contacto com a covid-19, soube hoje, quarta-feira, a ANGOP.

Fonte: Angop

Essa informação foi avançada à imprensa, pelo coordenador do grupo técnico da Comissão Provincial de Saúde Pública, Manuel Cabinda, enfatizando que se trata apenas de casos suspeitos e que Benguela ainda não tem nenhum caso confirmado da doença.

 

O responsável apelou à calma da população, explicando que só o teste de RTPCR (conclusivo) poderá confirmar ou não o diagnóstico.

 

“Os testes rápidos não confirmam o diagnóstico da covid-19, mas são utilizados para o diagnóstico preventivo da doença. Ou seja, um teste reactivo pode vir ou não a resultar em doença”, referiu.

 

Sobre os seis casos reactivos, adiantou que se trata de dois familiares de um comerciante que desenvolve a sua actividade no município do Bocoio, a quem foi diagnosticado a doença na capital do país.

 

“Esse cidadão tem a família no Bocoio e desenvolve a sua actividade entre as províncias de Luanda e Benguela. No rastreio desse caso, testou-se 20 dos seus parentes, dos quais dois casos resultaram reactivos à IGM”, disse.

 

Na sequência desses casos e como medida de saúde pública, Manuel Cabinda disse que decidiu-se fechar a cerca sanitária em dois bairros do município do Bocoio, onde estas pessoas residem, até que se tenha o diagnóstico definitivo, que pode confirmar ou descartar a covid-19.

 

Outro caso reactivo é do município de Benguela, bairro da Damba Maria, tratando-se de um cidadão proveniente de Luanda e que estava em quarentena domiciliar, completamente isolado.

 

Manuel Cabinda referiu que, em função da testagem das pessoas em quarentena domiciliar, o mesmo foi reactivo à IGM e encontra-se agora em quarentena institucional.

 

Ainda em Benguela, outro caso envolve um cidadão que violou a cerca sanitária e que já se encontrava na unidade de quarentena institucional.

 

O quinto e o sexto são casos de cidadãos que foram testados na tarde desta quarta-feira, no mercado informal do 4 de Abril, onde foram feitos 113 testes.

 

“Estamos a fazer agora um estudo para saber se tiveram alguma viagem, algum vínculo ou outra situação epidemiológica”, disse.

 

Manuel Cabinda destacou que as seis pessoas já se encontram em quarentena institucional e que estão agora a trabalhar com as famílias.

 

Para esta quinta-feira, está programado um amplo trabalho no município do Bocoio, onde será feita a testagem em massa das pessoas que vivem ao redor dos dois bairros sob cerca sanitária e, caso surjam outros casos reactivos ou um positivo, evitar que a doença se alastre.

 

“O que temos estado a fazer é um trabalho de rastreio, profiláctico, para evitar que qualquer situação positiva se alastre por cá”, disse o coordenador.

 

Por outro lado, Manuel Cabinda informou que, durante este período, a comissão provincial contra a covid-19 tem estado a criar condições para acudir uma eventualidade de surgimento de qualquer caso da doença, para que se possa dar uma resposta rápida.

 

É assim que as pessoas que têm estado a entrar na província são colocadas em regime de quarentena institucional e domiciliar, sendo todas testadas.

 

“Nós, durante este período, realizamos 166 testes, através do RTPCR, e foram todos negativos. Há aproximadamente uma semana, recebemos mil testes para o rastreio da covid-19 e intensificamos as nossas acções”, enfatizou.

 

Entretanto, o coordenador da Comissão Provincial de Saúde Pública, Rui Falcão, admitiu que, conforme o tempo for passando, a província pode vir a registar alguns casos positivos.

 

“Foi por isso que andamos a trabalhar ao longo dos meses, para criar condições para fazer frente a uma possível existência de casos positivos”, frisou.

 

Rui Falcão disse que a Comissão Provincial de Saúde Pública vai continuar a fazer o seu trabalho e fruto da reapreciação das condições criadas, entendeu, no início dessa semana, criar mais uma unidade para tratamento.

 

“Vamos continuar a testar as pessoas na medida da disponibilidade de testes que tivermos. Não temos o volume de testes suficientes para fazer em função das áreas de especialidades, pelo que vamos continuar a trabalhar com amostras aleatórias”, concluiu.