Luanda - Antigamente nos era dito:- Tem calma que ainda és muito jovem (com 40 anos), hoje com 55 ou 60 anos dizem:- já é muito tarde, vamos dar prioridade aos jovens. Pergunto, se os países altamente desenvolvido só tinham jovens na governação?

Fonte: Club-k.net

QUEBRA DE GERAÇÕES

Há aqui uma quebra de gerações que devemos parar, custe o que custar (também queremos a nossa oportunidade), pois a nossa frustração e revolta nos levará a um estado de depressão e a manifestações públicas e até mesmo uma revolta anunciada dos cinquentões e sessentões (que andaram a vida inteira de arma na mão ou em zonas de guerra, sem a mínima hipótese de terminar os estudos). O nosso desespero é tão marcante que estamos a morrer uns atrás de outros.


Uns morrem de tristeza tal é a frustração, outros de doenças originadas pelos traumas da guerra, outros em extrema pobreza. No entanto, ter em conta que alguns tiveram um pouco mais de sorte e estudaram, são formados e esperam infinitamente a sua oportunidade. Pois, serviram nas FAPLA, FAA, Defesa Popular, ODP, BPV e no MPLA, mesmo sendo bons militantes, nunca foram tidos e nem achados por não serem de famílias mediaticas ou bajuladores.


Hoje o filme está a repetir-se, são sempre os mesmo "iluminados" que dançam em várias cadeiras. A dança das cadeiras de Ministro, Director, Vice Ministro, Secretario de Estado, PCA, Deputado, Governador, Membro do CC, Embaixador.


E nós, os militantes exemplares e patriotas verdadeiros que tanto temos feitos por Angola, somos sempre preteridos, pese embora formação, trajectória politica partidária, ideias, sem actos de corrupção ou sem riqueza licita e ilícita!


Afinal, somos nós aqueles que garantimos o MPLA ganhar em 1992, 2008, 2012 e 2017.


Com nostalgia sentimos que apesar da nossa geração ter feito Angola de hoje, continuamos a não ser merecidamente reconhecidos. Dá-mos a cara, o coro e o cabelo, e logo, depois da vitória alcançada somos esquecidos. Será que é digno que os elementos da UNITA, amnistiados por JES, hoje terem uma melhor vida que nós membros do Partido governamental?


Pelo andar da carruagem quando A UNITA governar Angola o que será de nós, talvez a total indigência.


Tem sido muito triste, é continuar a ver oportunistas e bajuladores caídos de paraquedas que pouco ou nada fizeram a assumirem cargos e funções cimeiras, tanto no executivo como na Direcção do MPLA.


Triste ainda é ver Membros do BP e CC, sem trajectória politico partidária, sem história e sem provas dadas.


É confrangedor ver militantes de 70 a 80 continuarem em funções de Direção, (com as vidas feitas graças a acumulação primitiva de capitais e apoderamento do erário público) e hoje vão buscar os seus filhos (os de 25/30 a 40) e combatendo os de 50 e 60 anos.


O imediatismo juvenil pode ser um risco fatal. Atenção, a juventude tem pressa, não quer esperar e há claramente um choque de gerações.


Repensem a estratégia, pois deve haver um debate interno franco e aberto sem temores, sem artefactos nem intimidações. Pelo menos nessa fase impõe-se a Democracia Interna e as liberdades estatutárias. Todos líderes de opinião que ganharam e ganham eleições, levando milhares a votar, devem ser chamados e ouvidos, para a salvação do nosso Partido.


Hoje existe um novo fenômeno no seio do Partido, a hipocrisia militante, que o dito militante, para tentar algumas benesses e cargos, diz no seu CAP e no seio de militantes que, MPLA no coração e quando está no ciclo familiar ou de amigos, dizem de boca cheia: -" aqui nessa casa, ninguém mais vai votar no MPLA, vamos apostar na alternância, vocês meteram lá no CC e nos bons lugares da governação os vossos filhos, sobrinhos, primos, genros, amigos, compadres e bajuladores... eles que vos votem...."


Já houve muita abstenção dos militantes do MPLA, nas eleições passadas. Em 2022 haverá muito mais?


Vejamos, 2008- 81%, 2012- 71% e 2017- 61%, e em 2022, com essa crise, a crise do Covid 19 e aumento da miséria e pobreza, desemprego, sobretudo na juventude, quais serão os resultados?


Se a Direção do MPLA insistir na actual estratégia, (lutemos para os 51%) mas, preparemo-nos para a perda de lugares no parlamento. Luanda perdeu dois (2) Deputados em 2017. E agora corre o risco de perder o Terceiro Deputado em 2022. E se assim for, será o anúncio de derrotas sucessivas nas eleições autárquicas e consequentemente a entrega do poder a oposição em 2027.


Camaradas não tapemos o sol com a peneira que sejamos verdadeiros militantes do MPLA, convictos, consequentes e verticais, professando a 100% os Deveres e Direitos do Militante.

 

Existe ainda o perigo dos verdadeiros militantes do M, que se manifestam diariamente descontentes com a situação que vivemos, procurarem outras soluções (Criação de novo Partido como aconteceu no México e Rússia ou o surgimento de várias candidaturas ao posto de Presidente, caso da UNITA) para a reafirmação dos objetivos do Programa Maior e defender o legado do Guia Imortal da Revolução Angolana Dr. Agostinho Neto e trabalhar para se melhorar o que está bem e corrigir o que esta mal, como foi recomendado pelo Presidente Émérito e Arquitecto da Paz, Eng. José Eduardo dos Santos.


É urgente, o Debate Interno Inclusivo no MPLA, para uma nova frente unida, coesa estratégica e de VITORIA CERTA.


A nossa geração (Camaradas de 50 e 60 anos) continua a ser a última trave da defesa do MPLA, portanto somos o voto garantido do Partido, pelo que aguardamos que o Líder Camarada João Lourenço não se esqueça de nós para lugares de Direcção do País,


Tenho Dito