Luanda - Os resultados líquidos do setor bancário angolano registaram no ano passado um decréscimo de 76% em relação ao período homólogo, passando para 78.439 milhões de kwanzas (121 milhões euros), segundo um estudo da consultora Deloitte.


Fonte: Lusa

Por outro lado, os ativos da banca angolana aumentaram 11% no ano passado para 14,102 biliões de kwanzas (21,8 mil milhões de euros), contrastando com a queda de 10% na concessão de crédito em relação a 2018.

 

O estudo Banca em Análise, hoje apresentado em Luanda, que abrangeu 26 instituições financeiras, refere que entre os cinco maiores bancos a operar em Angola o Banco Angolano de Investimento (BAI) liderou com um ativo total de 2,641 biliões de kwanzas (4,087 mil milhões de euros), seguindo-se o Banco de Fomento Angola (BFA), Banco de Poupança e Crédito (BPC), BIC e Atlântico.

 

Os cinco maiores bancos representaram cerca de 72,4% do total do ativo da banca angolana e registaram um aumento de 23% face ao ano anterior.

 

Já o total de crédito líquido ascendeu a 2,648 biliões de kwanzas (4,098 mil milhões de euros), o que significa uma redução de 10% face a 2018.

 

BIC, BAI, Atlântico, BFA e Sol lideraram na concessão de crédito, indica o estudo da Deloitte.

 

O rácio de crédito vencido registou um aumento de 38,2%, em 2019 (33,1% em 2018) "muito impactado pelo BPC", salienta o documento.

 

O banco público angolano apresentou prejuízos recorde no ano passado e tem em curso um plano de reestruturação, a aplicar no decurso dos próximos três anos, e prevê que serão necessários 880,1 mil milhões de kwanzas (1,3 mil milhões de euros) para capitalizar o banco em 2020.

 

Segundo o estudo da Deloitte, já na sua 14.ª edição, o valor total dos depósitos de clientes no setor bancário foi de 9,796 biliões de kwanzas (14,8 mil milhões de euros), o que representa um crescimento de 25% face a 2018, com o BAI a liderar o volume de depósitos captados, seguido pelo BFA, BPC, ATLANTICO e BIC.