Luanda - Em 2006 escrevemos um texto, dos primeiros da nossa trajectória jornalística, publicado no semanário "A Capital", na época dirigido pelo eterno Director Tandala Francisco que dirigia um dos melhores sabáticos de todos os tempos, cuja substância da opinião resumia-se, essencialmente, na febre de se querer ser e viver como eterno chefe.

Fonte: Club-k.net

Dizíamos, na altura, que a compostura do termo continha os termos "chefe" e "patite" explicados ao detalhe pelo até então professor de História Universal, o 1° sargento da Polícia, Morais Quifica.

 

A par disso, reflectiamos na perspectiva de que ela, a patologia, era mais sonante no continente berço e com maior incidência ou exclusividade aos "velhotes".

 

Passado algum tempo, ou se dito de outra forma, passados 15 anos, voltamos a interiorizar, lamentalvemente, situações sinalizantes e que nos obrigam, agora, a exteriorizar esta ideia com algumas inovações. (até porque na altura fazíamos o 2° ano do curso médio, embora fosse o segundo médio).

 

1° A "chefopatite" é, de facto, de âmbito transnacional, ou seja, verifica-se em todo o mundo e, por isso, temos a Rússia, na Europa, Venezuela, na América, Coreia, Ásia e em, quase, toda a África, para não citar País, pois, a tarefa seria fatídica;

 

2° Por outro lado, não pode, hodiernamente, ser estratificada do ponto de vista etário, como dizíamos nas entrelinhas há 15 anos, porquanto querer ser e morrer chefe é, nos dias de hoje, uma compostura manifestada por velhos, casos de muitos presidentes africanos e jovens conhecidos nas esquinas angolanas, com os quais convivemos todos os dias.

 

Os "chefopatites" angolanos, modéstia à parte, são de fácil constatação e isso pode ser operado por qualquer um de nós, desde que esteja na escola, no trabalho ou na rua.

 

Aliás, uma das manifestações típicas desta gente é o facto de serem amantes da veneração, do júbilo e, finalmente, da bajulação como, muito bem, sabemos afinar aqui na nossa banda.

 

Traduzindo isso em miúdos diríamos: os "chefopatites" angolanos, que não são poucos, são aqueles que mesmo jovens com força, garra e capacidade para fazer acontecer dentro do seu circuito querem demonstrar força e poder, utilizando contemporâneos seus para coisas supérfluas.

 

- Um guarda ou subordinado para abrir à porta quando chegar ao gabinete;

 

Um outro para abrir e fechar à porta do carro;


Um que carrega os telefones;


Outro para as pastas e mais alguns, em certos casos, desempenhando a desprezível e vergonhosa função na esposa, filhas e namorada, caso exista!

 

São aqueles que adoram a selvajaria de ver todo o mundo ajoelhado aos seus pés, que quando chega todo o mundo se cala e, noutros casos, se colocam em pé, inamovíveis e o seguem ao sair, atende-os sem olhá-los e, se necessário, grita com eles, sanciona-os nos termos mais deploráveis e inconcebíveis se olharmos para os cânones da justiça social, como se referia, Dom Damião Franklim, o eterno professor de uma das cadeisa "catequéticas" da FDUCAN. (Descanse em paz)

 

Estes doentes da "chefopatite" (repetimos, doença de ser e querer morrer chefe), no caso angolano, são jovens e estão entre nós.

 

Estão nas nossas igrejas, escolas, universidades, rádios, televisões, nos jornais, ministérios, cartórios lares, quartéis e unidades militares e policiais (aqui, então, é uma autentica mbuandja)

 

Enfim, os "nossos chefopatites" estão em todo o lado e contribuem, decisivamente, para que o desempenho das instituições se mantenha frágil, pois, ajudam a gastar tempo, energias nas superficialidades pessoais ao invés de ajudarem na criação de sinergias tendentes ao desenvolvimento, à mudança, evolução, modernização e inovação que se exige a um jovem que estudou para deixar o mundo melhor do que como o encontrou.

 

Estes, "chefopatites" constituem, actualmente, a classe juvenil em posição, como diz o m3u "mano, José Chimuco, em peleno crescimento, já que alinha-se a eles a ideia da "burguesia nacional" - que chefe bom é aquele que reúne os pressupostos da "chefopatite" e que acresce os melhores fatos, relógio de marca, ouro ao peito, perfumes personalizados, quando, como dizem os chineses, - a cabeça está cheia de água...

 

PS: Quem tem estes sintomas da chefopatite, por favor, não pense que nos dirigimos a si, em concreto.

É pura e verdadeira coincidência!