Luanda - O coordenador da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), Francisco Queiroz, afirmou esta sexta-feira que os representantes das vítimas dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977 estão mais próximo do perdão e que o assunto tem merecido atenção especial.

Fonte: Angop
De acordo com o também ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, que falava na abertura da 10.ª Reunião da CIVICOP, este acontecimento tem ocupado mais espaço, exigindo maior intervenção dos participantes a nível da comissão.

Sublinhou que, além disso, há necessidade de se encontrar uma via comum para “conciliarmos os espíritos daqueles que foram vítimas, numa e noutra perspectiva”.

De acordo o coordenador, um dos grandes desafios do 27 de Maio é o de conceber uma perspectiva aglutinadora, pois esse acontecimento ofusca de uma maneira ou de outra os outros episódios de violência que geraram vítimas concernentes aos conflitos políticos.

Explicou, por outro lado, que “hoje” os membros da comissão mantém uma "linguagem mais conclusiva, uma atitude menos exclusiva e menos restrita".

"Estamos no momento de reconciliação em que as vontades, os conceitos estão mais alinhados do que quando começamos há cerca de ano e meio", frisou Francisco Queiroz.

Lembrou que já foram definidos os mecanismos para a atribuição de certidões de óbitos, um processo que passou por uma prévia elaboração de propostas de Lei, aprovada pela Assembleia Nacional e que ja se encontra em vigor.

Criada por Decreto Presidencial, em Abril de 2019, a Comissão tem por missão elaborar um plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos ocorridos em Angola, no período de 11 de Novembro de 1975 a 4 de Abril de 2002.

A mesma deverá vigorar até 31 de Julho de 2021.