Luanda - A direcção da empresa angolana "MEGA", com cerca de 50 anos vocacionada no comércio e indústria (multisserviços), está de costas viradas contra o seu vizinho, a entidade gestora do "Hotel RITZ Capital", cuja sua estrutura imobiliária, está ligada ao imóvel da "MEGA, localizada na rua da Missão, n*30, rés-do-chão, Distrito da Ingombota, em Luanda, pelo facto deste hotel estar a provocar infiltrações de águas no interior das suas instalações, há mais de 10 anos, colocando em risco e eminente desabamento do edifício com cerca de 30 funcionários. Apurou a investigação Club-K Angola, junto do sócio-gerente da MEGA, Eduardo Moreira Jr.

*Óscar Ganga
Fonte: Club-k.net
Conforme o gerente, a infiltração da água que atinge os apartamentos da MEGA, abaixo do hotel, é resultante de obras efectuadas na reconstrução do edifício, quando ainda o actual RITZ era designado por "Residencial Capital", cujas reclamações por parte da MEGA terão começado a 30 de Agosto de 2006.

Para além da infiltração estar a danificar a estrutura superior, paredes e o chão de todos compartimentos do imóvel , está pôr também em causa a saúde de todos funcionários e demais utentes, avançou o gestor, tendo atribuído responsabilidades à direcção do hotel e de entidades da fiscalização do Governo Provincial de Luanda (GPL), caso eventualmente venham surgir incidentes graves, dado o estado avançado de degradação que se encontra o primeiro e o segundo andar, tendo sido já dirigidas várias reclamações para solução do problema, mas sem respostas.

"Desde 2006 que estamos a reclamar esta infiltração junto da fiscalização e do gestor do hotel. A situação está cada vez pior e ainda grave sem possibilidades de permaneceremos nas instalações, até cheiro nauseabundo. Tivemos de remover forçosamente todos equipamentos de serviço, desde escritórios, armazéns e outros gabinetes para o rés-do-chão, um espaço muito inferior. A água que inunda as nossas instalações vem do hotel RITZ, o único edifício acima do nosso. Isso pode desabar a qualquer altura se a fiscalização não responsabilizar os culpados para resolver este problema o mais rápido possível", apelou o gerente, Eduardo Moreira Jr.

O "Hotel RITZ Capital" com dois andares funciona acima do imóvel da empresa MEGA, onde, segundo o responsável, após as primeiros infiltrações nas placas do segundo e do primeiro andar afecto à MEGA, "chegou-se à conclusão técnica de que a maior quantidade de águas, sobretudo em época chuvosa, é proveniente do terraço, espaço de lazer do hotel a céu aberto".

Identificadas supostas irregularidades técnicas na execução da obra que deu lugar ao actual "Hotel RITZ", reforça a fonte, a direcção da MEGA encaminhou algumas reclamações junto da direcção do hotel para se encontrarem soluções, mas o "vizinho" não se responsabiliza em reparar os danos provocados.

A direcção da MEGA, segundo alega o sócio-gerente e com base nos documentos em posse do Club-K, foram apresentadas várias denúncias, sem respostas até a presente data, por parte de entidades competentes, entre as quais, ao GPL com cópia à Direcção dos Serviços de Fiscalização", N/Ref. 1583- 30 de agosto de 2006. Uma outra, das mais recentes, à mesma área de fiscalização com cópia ao GPL, Administração do Distrito da Ingombota, com N/Rref. 2421-26 de Outubro 2018 e a direcção do hotel protocolou uma reclamação de 11 de outubro de 2018, fora os inúmeros encontros pessoais mantidos entre as partes para uma solução conjunta.

A investigação Club-K procurou respostas junto da direcção do "Hotel RITZ Capital", de quem soube, através de uma fonte próxima à direcção, que a respectiva unidade hoteleira também é vítima de infiltrações que atingem alguns compartimentos provocado por águas provenientes dos apartamentos acima deste. "Talvez a MEGA tenha razão de reclamar por estar abaixo do nosso edifício. Mas eles já cá estiveram e fizeram algumas reparações quando se viu que nós também recebemos água dos apartamentos de cima", esclareceu a fonte preferindo anonimato por não estar autorizado a falar à imprensa, pela direcção.

O Club-K procurou igualmente ouvir o coordenador do prédio com 45 moradias, edifício onde se encontra o hotel, este que também não se quis identificar, mas o Club-K apurou nas suas declarações que, segundo entende, a culpa é da fiscalizacão de Luanda. "A MEGA tem razão de reclamar. Se tivéssemos fiscalização séria isso já teria sido resolvido há muito tempo. Não temos informações sérias que obriga a responsabilização das pessoas infractoras. Nós comissão já fizemos uma série de denúncias à fiscalização, já cá estiveram algumas vezes, mas funciona muito mal. Sempre que vamos fazer ocorrências sobre determinadas situações, nunca dão cobro aos problemas. Este prédio tem infiltrações em quase todos apartamentos, muito por culpa também de alguns moradores, grande parte arrendatários, que realizam obras a seu gosto", justificou o coordenador do edifício.