Lisboa - As sociedades em que vivemos do mundo global e da comunicação têm permitido quebrar barreiras e tornar as condições de vida dos cidadãos numa maior exigência para com os governantes em qualquer parte do Mundo.

Fonte: Club-k.net

Angola como Nação livre e projetando tornar-se uma potência africana nas próximas décadas, também terá que olhar para a qualidade de vida dos cidadãos que vivem no interior e de igual modo, neste caso particular os que sobrevivem no exterior do País.


Os cidadãos que vivem na diáspora com um distanciamento físico do quotidiano da vida, mas na sua maioria apesar de alguma estabilidade social, usufruem de uma maior liberdade e altruísmo para estarem atentos aos sinais dos seus irmãos mais próximos.


Os signatários desta missiva entendem que é sua responsabilidade apelar às autoridades angolanas, em particular a sua Excelência o Senhor Presidente da República, João Lourenço, para que possam aprofundar e resolver prioridades na hierarquia social e na condição de sobrevivência de muitos cidadãos angolanos que vivem em Portugal e que para cá vieram em diferentes vicissitudes.


O tempo que vivemos não se compadece com obscurantismos e falta de empenhamento de muitos decisores que representam o Estado Angolano no exterior. Há que, estabelecer política e ações práticas que atendam à resolução dos problemas sociais.


As relações institucionais e protocolos estabelecidos entre os dois Estados (Angola e Portugal) não podem servir um núcleo residual de cidadãos que gravitam em torno da bajulação e do compadrio de amizades.


Urge afastar do “controlo” as práticas atentatórias da transparência no que respeita a utilização de recursos financeiros mal canalizados. Exemplificando: 100 euros transferidos de Angola para apoiar um doente ou estudante, com a “burocracia” reinante, não pode significar que aquele cidadão só receba 12 euros.


Temos que nos esforçar para que os nossos cidadãos que se deslocam a Portugal e permanecem em busca do apoio de saúde sejam olhados de um outro modo e que lhes seja prestado uma qualidade de vida superior à que tinham, porque a sua situação já é confrangedora.
Temos que ver nos outros a nossa felicidade e não o desprezo a que muitos concidadãos estão confinados.


Só uma alteração de política de atuação para com os nossos concidadãos que sofrem, permitirá que, a prazo acreditemos nas autoridades governativas e naqueles que representam o Estado Angolano no exterior, todos em conjunto possamos contribuir para melhor estabelecer parcerias / protocolos com instituições portuguesas.


Enquanto tal desiderato não for invertido a comunidade angolana não vive a felicidade que a vida proporciona derrotando o COVID 19; como afirmamos é necessário dar dignidade humana e tratar o ser humano por igual em qualquer parte do Mundo, este também é um dos ensinamentos da pandemia global.


Os signatários assumem frontalmente a sua disponibilidade em cooperarem para encontrar caminhos diferentes, porque são cidadãos com a vida equilibrada, mas não deixam de olhar para o ser semelhante.


Lisboa, 26 Julho de 2020

Bento Monteiro
Carlos Osvaldo de Sousa
Luzia Moniz
Zeferino Boal