Luanda - As obras de construção da nova estação de captação e tratamento de água de Quifangondo, em Luanda, poderão estar concluídas até ao final deste ano, informou nesta sexta-feira o ministro de Energia e Águas, João Baptista Borges.

Fonte: Angop

Em declarações à imprensa, no final da III reunião ordinária do Conselho Nacional de Águas, João Baptista Borges disse que a nova estação, com captação a partir do rio Bengo, terá a capacidade de fornecer mais de 80 mil metros cúbicos por dia à capital angolana.



O ministro afirmou que a infraestrutura vai reforçar o fornecimento de água potável a zonas como a centralidade do Sequele, Cazenga e Mulenvos. Informou estar também em construção, em Luanda, o novo canal de captação de água do Cassaque, a partir do rio Cuanza, ligando à estação Luanda Sudeste, mediante condutas enterradas, para garantir mais água à zona sul de Luanda. Explicou que a construção de um novo canal justifica-se pelo facto de o actual ser a céu aberto, próximo de habitações, e, por isso, susceptível à contaminação.



João Baptista Borges prevê também para este ano a conclusão do projecto de aumento da capacidade de aprovisionamento de água na zona do Benfica, onde foram construídos dois tanques para melhorar o abastecimento a Talatona e a zona sul da capital. Salientou que no quadro dos esforços para conter a propagação da Covid-19 a prioridade terá sido o fornecimento por cisternas a zonas periféricas sem rede, como o Sambizanga, Cazenga, Golfo e Viana, e a reparação de avarias na rede de distribuição no Zango e no Km 9, ambas em Viana.

Combate à seca

O ministro da Energia e Águas reafirmou o compromisso do Executivo angolano no combate à seca na região sul, particularmente, na província do Cunene, bem como a garantia da segurança alimentar na região. Disse que as obras estruturantes para o combate à seca no Cunene deverão estar concluídas dentro de dois anos. Entre os projectos, referiu os de captação de água e construção de condutas para levar a água até Namacunde, na margem direita do rio Cunene, e o de sistemas de irrigação de cerca de 12 mil hectares a partir da barragem de Calueque, que apresenta um elevado potencial agrícola. Declarou que a implementação de canais de aprovisionamento de água e chimpacas deverá potenciar a povoação de áreas irrigadas, ao criar maior concentração populacional e garantir infraestruturas necessárias à população.

Adiantou que a construção de furos para a captação de água está circunscrita ao programa de emergência da responsabilidade dos governos provinciais. O ministro esclareceu que algumas obras, no âmbito do abastecimento de água, estão paralisadas por falta de pagamento. Umas já foram retomadas no quadro do Programa Integrado de Investimentos nos Municípios (PIIM), enquanto se procuram fontes de financiamento para outras. Sublinhou que a cerca sanitária em algumas províncias, npo âmbito das medidas de prevenção contra a Covid-19, tem dificultado a mobilidade dos técnicos para a execução de vários projectos em curso.

Bacias internacionais

O ministro da Energia e Águas reafirmou a posição do Executivo para gestão partilhada das bacias internacionais, em benefício dos Estados ribeirinhos. Afirmou que, apesar de algumas destas bacias nascerem em território angolano, como as do Okavango, do Cunene e do Cuvelai, Angola não descura os interesses dos outros países, no respeito dos acordos existentes e pela resolução pacífica dos diferendos. Nesta perspectiva, enalteceu a cordialidade existente no relacionamento com a Namíbia na gestão das bacias do Cunene, Cuvelai e Okavanbu.

Fruto desta cooperação “intensa”, prosseguiu, foi regularizado o curso de água do rio Cunene, o que permite à Namíbia produzir energia eléctrica no Ruacana, utilizando as infra-estruturas do Gove e do Caluenque e também garantir água ao norte da daquele país, a partir do canal do Oshakati, com origem na barragem do Calueque.



Angola partilha cinco bacias internacionais, nomeadamente, do Congo, com nove países, do rio Zambeze, com cinco, do Cunene e Cuvelai com um e do Okavangu com dois. Lembrou que o país ocupa actualmente a vice-presidência da Comissão Internacional da Bacia do rio Zambeze.