Luanda - O presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur de Almeida, que se encontra em fim de mandato e que tem sofrido uma enorme contestação junto da opinião pública ligada ao futebol, está a ser criticado pelos pre-candidatos ao cadeirão da FAF por estar a fazer campanha eleitoral antes do tempo.

Fonte: LuandaPost

Os pre-candidatos à FAF, dizem mesmo que o número um da FAF, tem se aproveitado do fundo de ajuda de 1,5 milhões de dólares (1,32 milhões de euros) que a FIFA disponibilizou para as federações lidarem com as consequências da pandemia covid-19 para aliciar os presidentes das associações de futebol provincial, clubes de futebol da primeira e segunda divisão, associações de arbitros, associações de treinadores, associações de jogadores, o conselho de arbitragem, futsal e futebol de praia, no sentido de votarem na sua continuidade a frente da FAF.



Sem a afixação ou divulgação de listas admitidas a sufrágio, existência de uma comissão eleitoral, a ser decidida em Assembleia geral da FAF no dia 14 de Agosto, não pode haver campanhas e os pre-candidatos exigem uma intervenção do Ministério da Juventude e Desportos no sentido de pôr cobro a essas jogadas de bastidores da lista liderada por Artur de Almeida.


Segundo os pre candidatos, Artur de Almeida está em fim de mandato e devia fazer apenas a gestão dos assuntos correntes da FAF, isto é uma gestão que serve para actos de administração diária e corrente, até à tomada de posse do novo elenco a eleger. Isto exclui, por princípio, a prática de medidas de fundo, novas nomeações e a aprovação de projectos ou distribuição de fundos provenientes da FIFA e que são da FAF.


Neste último caso, se estiverem em causa questões inadiáveis, sob pena de penalizar-se a FAF, podem ser abertas algumas excepções. O que não é obviamente o caso, e está a ser visto por alguns como um mascarado “acto de corrupção” no sentido de comprar votos junto da massa votante, o que não abona em nada para o espirito de fairplay que se quer no futebol e até poderá ser prejudicial para o futebol angolano porque a própria FIFA ao conceder os fundos fez uma série de exigências.


Segundo a FIFA, cada uma das 211 federações membro poderia receber um milhão de dólares e uma ajuda adicional de meio milhão a ser canalizada para o apoio ao futebol feminino. Outra ajuda será disponibilizada em forma de empréstimos sem juros, que podem atingir até 35% do orçamento de cada federação, sendo o valor mínimo de cada empréstimo de meio milhão de dólares e o máximo de cinco milhões.



Entretanto a FIFA condicionou a ajuda a um controlo rígido sobre o uso dos fundos, com auditorias e condições muito claras de reembolso.


Artur de Almeida, que teve um consulado marcado por demissões no seu elenco, foi acusado publicamente pelos seus pares de ser ditatorial, arrogante e pouco diplomata. Um dos primeiros a bater com a porta foi Norberto de Castro vice-presidente para o futebol jovem, secundado por José Alberto Macaia, que em carta dirigida ao presidente da mesa da assembleia-geral, pediu a suspensão do mandato por período de um ano, tendo depois criticado a suspensão de 15 dias e a multa de 750 dólares imposta ao vice-presidente para as selecções nacionais, Adão da Costa. A seguir, demitiu-se Fernando Moutinho, presidente do conselho fiscal. Nos últimos dias Artur de Almeida demitiu o presidente do Conselho Técnico Desportivo da FAF, Jeremias Simão.


A sua última conferência de imprensa de apresentação da distribuição dos fundos provenientes da FIFA, tem sido vista como uma “jogada de charme” no sentido de granjear votos junto da massa votante. Os pré candidatos não entendem porque Artur almeida não chamou também a imprensa nas outras vezes em que recebeu fundos da FIFA/CAF e chama agora para apresentar fundos que não são uma generosidade sua, mas fundos que podem ser distribuídos aos membros por qualquer presidente eleito.