Luanda - O chefe do Executivo, João Lourenço, tem estado empenhado em colocar no aparelho governativo cidadãos bem preparados e com elevada competência académica - para tal, nas nomeações privilegia a especialização destes servidores.

Fonte: Club-k.net

Sabe-se que academia local e estrangeira, tem o registo de proporcionar ao Executivo vários académicos de muito boa reputação e proficiência técnica. Infelizmente, esse registo histórico tambem propiciou ao país governantes que tornaram as nossas instituições muito insalubres. E que alguns, provenientes das melhores paragens acadêmicas do mundo.


Aqui, pode-se trazer a memoria colectiva um óptimo exemplo, julgo, a pasta ministerial que tutela a função pública, foi dirigida pelo então considerado "Pai" do direito administrativo angolano.


Ora vejamos, sem desprimor ao mérito que se imputa a este acadêmico, na verdade, foi no seu consulado que se verificou tanta impureza na função pública. Funcionários fantasmas, e outros males que ainda assombram o funcionalismo público angolano.


Realçar ainda que, o sistema jurídico-constitucional angolano tem as digitais dos reconhecidos "melhores" juristas do país. Ainda assim, continuamos a ter um sistema jurídico-legal bastante confuso e de difícil operacionalidade e interpretação para os operadores de justiça, e, particularmente para cidadãos.


Isso claramente denota que, foi feito inúmeros transplantes legislativos; e se esqueceu de conceder dignidade constitucional a nossa realidade social concreta.

Infelizmente isso é visível, quando percebesse que modernizarmos as leis, e nos esquecemos da triste realidade económica-social que à muito nos circunda.

Por essa razão também, a realização da justiça em muitos casos ainda é deficiente.

Aqui, importa referir que os servidores públicos, além da competência académica, também devem agregar o patriotismo como competência para melhor governar o povo. Algo que há muito ficou esquecido. E o Presidente João Lourenço, no início do seu mandato, procurou reforçar.


Entendo, que, o patriotismo coloca os interesses dos angolanos na dianteira de todos outros interesses de grupos ou particulares. Porquanto, apenas assim, vamos evitar que os servidores públicos danifiquem os interesses coletivos.


Infelizmente, determinados servidores deixam os seus consulado de má memória, e, até passivos de relações humanas. Decorrente da forma que gerem as instituições: egos inflamados, arrogância e etc.


Ainda sobre o patriotismo, sem ele, podemos ter as melhores ideias, planos e etc. Mas tudo vai degenerar em falácias, se, os nossos decisores não estarem ataviados com o sentido pátrio nas políticas de execução da máquina pública.


No âmbito axiomático, a teoria política - aceita que o politico pode não ser um óptimo académico, e o académico por seu turno também não ser um bom político. Entretanto, o cerne da nossa preocupação não é esse.

Ora, reconhecesse que existe um conjunto de barganhas políticas que são normalmente aceitáveis a luz da própria competição política. A nossa observação está centrada no exercício da gestão pública, que basicamente é suportado pelo conhecimento científico. O sentido patriótico é que mobiliza todos angolanos. E os nossos servidores públicos devem ter uma visão detida nisto.

Quando alguns servidores públicos deturpam o interesse geral em beneficio próprio, o problema já é mais profundo. Pois, estaríamos já abordar a respeito da carência de outras qualidades que preenchem o indivíduo, enquanto agente comprometido com os concidadãos.

Portanto é falsa a ideia segundo a qual, "o indivíduo pode ser um exímio académico e necessariamente ser um péssimo gestor".

Pois, quando avaliamos o desempenho de alguns reputados académicos que serviram e servem as nossas instituições, surgem diversas opiniões, a advogar que não se poder fazer sindicância entre a competência académica, e os resultados no exercício da gestão pública, e muito mais.


Pois bem, essa visão, demonstra claramente que não faz-se da academia e da ciência o centro, onde emerge muitas das soluções dos nossos problemas. Afinal, as "soluções" são produzidas a partir dos gabinetes.


É um imperativo colaborar com as academias! Devemos ter sempre patente, que os países hoje conhecidos do primeiro mundo ou desenvolvidos, fundaram-se e refundaram-se fruto das academias.

Os grandes académicos dos Estados Unidos da América e na Europa, que têm passagem na gestão directa dos Governos - tecnocratas, estes, são avaliados pela qualidade das suas decisões, e sobretudo, da marcha que dão aos interesses nacionais.


Portanto, aqui, a governação do Presidente João Lourenço deve previlegiar acima de tudo, a governação patriótica.

Os académicos que estão a ser confiados missões republicanas sejam eles: pais, mães do - Direito, Economia, Sociologia, da Ciência Politica e muito mais, se não forem antes de mais patriotas, será extremamente difícil a missão de tornar Angola um lugar melhor para se habitar. Estaremos sempre presos nas antigas práticas corrompidas ao interesse público..


Benjamin Dunda - Investigador e Consultor.