Luanda - Cento e cinco processos contra a corrupção correm os seus trâmites na representação da Huíla da Procuradoria-Geral da República, revelou Subprocurador titular da República na Huíla, Daniel Lumango.

Fonte: VOA


Destes processos 55 estão em inquérito aberto e entre 22 e 25 aguardam apenas pela marcação de julgamento pelos tribunais.

 

Lumango disse que os processos de corrupção emvolvem diversos crimescom realce para os de peculato, tráfico de influência e branqueamento de capitais,

 

Apesar do avanço registado no curso dos processos o magistrado do ministério público, sublinha a complexidade destes casos.

 

“ São processos complexos e muito volumosos são que alguns deles contam com mais de mil páginas e então o estudo de um processo desses tem que ser aturado para o magistrado poder compreender bem aquilo que é o conteúdo de cada um deles”, disse “Acredito que a seu tempo o tribunal poderá anunciar julgamentos relacionados com esse tipo de processos”, acrescentou

 

Para o jurista Rayked Correia, a falta de uma estratégia de combate à corrupção por parte da PGR, aliada a ausência de meios humanos e de trabalho torna mais complexa essa luta.

 

Correi afez notar que por exemplo nos outros países “a procuradoria é dotada de unidades próprias é dotada de meios técnicos e humanos mais capacitados por isso é que grandes operações com a Lava Jato (no Brasil) existem”.

 

“Já aqui não, o gestor público é um deus tem influência sei lá até aonde muitas das vezes chega até ter mais influência que o próprio procurador e não têm como os processos não serem complexos”, acrescentou

 

A província da Huíla conta com 27 magistrados do ministério público incluindo jubilados, pessoal que está longe de atender a demanda processual de uma população de cerca de três milhões de habitantes.

 

Na visão do jurista Cristóvão Chivela, o facto dos autores dos crime de corrupção serem gestores públicos e beneficiarem de informação privilegiada contribui para a complexidade destes processos.

 

“ Essas pessoas que têm um conjunto de informações de dados antes mesmo de cometer esses crimes eles fazem um prognóstico antecipado e esse prognóstico leva a mudança completa do paradigma comum de um crime porque ele antecipa o crime, faz aquilo que nós no direito chamamos de resolução criminosa, ou seja, ele pensa sobre o crime num período que passa as 24 horas, dias ou meses muitas das vezes o que torna depois a produção da prova e a própria prática tanto pela procuradoria e pela polícia de investigação difícil”, disse