Luanda - Angola é palco recorrente da esperteza política para engabelar, incautos eleitores, agora as artimanhas de um General para se tornar popular. Ou melhor: populista, no manjado ardil de distribuir benesses em troca de votos. Faz isso à luz do dia, de maneira escancarada, em plena campanha pelas urnas (mesmo faltando dois anos para o desafio das eleições), enquanto o País é castigado pela pobreza extrema à espreita e implacável crise económica que não cessa e contra a qual o governo nada faz.

Fonte: Club-k.net


O “ Reformador ” da conversa fiada e mal intencionada realiza o movimento não apenas em incursões atemporais com os seus príncipes marimbondos. Parte para o escambo imoral, diante da dor lancinante de famílias às milhares e da falta de recursos dos menos favorecidos, que não têm como aguentar a fome vão a busca de pão nos contentores dos centros urbanos e respondem resignadamente a qualquer convocação em troca de um auxílio de pobreza que é obrigação do Estado, mas que vem sendo ofertado em nome de um apoio lá na frente ao mandatário disfarçado de benfeitor de ocasião. O General está em campo.


Regateando o voto de cabresto. Parece gostar da ideia de se travestir de um Robin Hood dos pobres. Inventou a lorota de fazer o maior programa assistencial de África , o “ Kwenda Angola ”, na verdade uma reembalagem desavergonhada e copiada do Governo Lula no Brasil, talvez com mais recursos que pretende tirar sabe-se lá de onde, mas de certeza nos cofres públicos, curiosa metamorfose. O General , logo ao assumir, dizia ser o Padeiro, algo para “comprar o voto do idiota”. Uma maneira, no seu entender, de “tirar dinheiro de quem produz e dá-lo a quem se acomoda”. Agora planeja conceber uma versão ainda mais ampla, em situação de caos das finanças públicas, e anota essa como uma espécie de grande realização e feito inédito de seu mandato.

PGR arresta bens ( Três Torres no distrito urbano da Mutamba)

+ Casa Civil satisfeito com a forma como estar a ser aplicado o programa Kuenda

+ Grau de execução do PIIM satisfaz cidadãos.

+ Distribuição de 8 canoas milionária no Calumbo

+Músico " Sebem" recebe residência no Zango-5.

Então, tomando por empréstimo as palavras do próprio, tudo indica que ele saiu mesmo a “comprar o voto do Povo”. O General deseja, é certo, garantir-se no poder. A qualquer custo. Vale recorrer até ao inimaginável nesse sentido. Qualquer sacrifício. Inclusive o da confraternização com quem normalmente lhe seria desprezível. De novo na longa ficha de desaforos e ignomínias lançados pelo General: quem não recorda de quando ele chamou de Malandros em Moçambique os outros na oposição? Precisando jogar para os adeptos , agora se lança nos braços dos “daqueles que durante 2 anos foram fintados”, já tratados por ele como “meu povo”. O mandatário não mudou. Segue professando as mesmas barbaridades ideológicas e os mesmos planos de retrocesso autoritário, típicos de um caudilho. Apenas aprendeu a disfarçar, até porque eles já não mudam mesmo. Orientado a se calar, obedeceu e entendeu a vantagem. No paralelo, topou se lambuzar nos acertos espúrios com a ala fisiológica dos Marimbondos moderados. Vem logrando êxito também nessa esfera. Distribui cargos e verbas. Entrega o dinheiro do povo aquem não sabe gerir e recebe o apoio de uma base carcomida. O General mergulhou de vez na sarjeta da política. Mas deve acreditar que os fins justificam os meios. Sonha em vender-se como um “salvador da pátria”. E segue metodicamente a cartilha. Para um líder carismático a imprecisão, por exemplo, é algo valioso. O General não gosta de explicar. Debater. Argumentar. Apenas catequizar, com a técnica de ideias personalistas para ser visto como essência de um movimento, faz reivindicações nada válidas. Mas o discurso enfático e repetitivo inebria fanáticos em geral. O MPLA cresce na fala de uma guerra imaginária contra a corrupção – seja lá o que queira dizer com isso hoje — funciona de alavanca. Está nos anais da história como o Partido mais corrupto de África.

A briga do corruptos contra esse mesmo corruptos (vale lembrar!) acabou por conduzir corruptos como Ministros e Governadores ao poder o País está em crise. Povo sofre, crianças e mulheres a comerem no contentor de lixo. Nossos opositores querem destruir o país”, dizia — algo nada diferente do que é entoado por aqui hoje. A Alemanha multifacetada politicamente por 30 partidos não oferecia resistência àquela onda e as pessoas famintas e desesperadas ansiavam assim por um salvador, que hipnotizou e arrebanhou seguidores desesperados à causa. O mentor da comunicação nazista, Joseph Goebbels definia assim o adorado líder: “Hitler está acima das maquinações e eu o amo dessa forma: simples, infantil, mas autêntico”.


A elite alemã, mais assustada com o comunismo do que com aquele pitoresco orador Hitler, se deixou levar. Numa visão distorcida da realidade, acabou convencida de que aquela pantomima, que gritava contra judeus e comunistas, carregava uma força mística e carismática capaz da transformação que desejavam. Ali desapareceu a democracia. Hitler, encarado como um Messias, foi de chanceler a ditador. Em um filme fake news, onde maquiava aberrações e as convertia em avanços, batizado de “O triunfo da vontade”, fez a cabeça de uma geração.Diga-se o começo do fim do General que quer, ser venerado, por nada, não governa, não realiza, não constrói, nem desenvolve uma nação. Mas pontifica como “salvador”. Típico dessas figuras do MPLA.


O ‘Ovo da Serpente’, à semelhança do que ocorreu em outras paragens, está prestes a eclodir em Angola, aliás, já começou. "JLO 2022 Vais Gostar".

Daniel Pereira, Jurista e Docente Universitário.