Luanda - Deliciámos a leitura do livro do Jornalista Paulo Sérgio, intitulado “Burla Tailandesa”. Logo nas primeiras páginas, o escriba apresenta a biografia dos intervenientes, ou seja, a identidade dos operadores de direito: juiz, procurador e advogados, e os protagonistas, os arguidos, entenda-se.

Fonte: Club-k.net

A doçura na narração dos factos inicia com a recepção “escandalosa”, na cidade de Bangkok, na Tailandia, do magnta Raveeroj Rithchoteanan aos senhores André Roy e Pierre René. Este último serviu de ponte entre a Tailandia –Angola, na pessoa da empresária e pastora Celeste Marcelino de Brito António.


Este encontro histórico deixou os visitantes estupefactos, pois o magnata exibiu-lhe as contas bancárias chorudas, hotel de luxo, comida e bebidas nobres. Portanto, a delegação da Centennial Energia Thailand preparou tudo ao pormenor. É verdade que não existem almoços grátis em negócios ou em economia. Recompensa virá em Luanda.


Ora bem, o desenrolar dos acontecimentos justificar-se-á́ pela dupla André Roy e Pierre René, que jamais pensaria que estaria a caminho e a passo de veloz ao verdadeiro e grande embuste das suas vidas. René teve a sorte de sair do país antes da bomba rebentar. Quando a delegação da Centennial Energia Thailand chegou a Angola com o famoso cheque de cinquenta mil milhões de dólares, foi como um oxigénio aos negócios e aos empresários. Até os generais das armas renderam-se ao papel.


Deixou-lhes cair facilmente o juízo e a lógica, até a pátria foi mártir. Nem sequer entenderam a jogada de figuras da delegação da Centennial Energia Thailand, que não tinha dinheiro para o alojamento e estadia, nem tão pouco movimentava os cartões de crédito.


Por isso, caberá a cada um de nós, individualmente, avaliar os méritos e deméritos dos nossos protagonistas. Contudo, da leitura que se faz ao grande trabalho investigativo jornalístico, Paulo Sérgio revela a apetência diabólica, amor incondicional e feroz pelo dinheiro fácil.


E mais, traz a nudez do tecido empresarial angolano. Paulo Sérgio traz uma narrativa inovadora entrou e saiu no submundo da Burla Tailandesa, registou factos, fez anotações, encontros ultra-secretos, conversas e mensagens encriptadas. Pois, se estivéssemos num país normal com produtoras audiovisuais e cadeias televisivas visionárias, obviamente, que já teríamos um filme ou um grande documentário inspirado no livro. Aliás, é assim que acontece no primeiro mundo.

Cenas a reter: Celeste de Brito foi ameaçada pelos generais a afastar-se do magnata. Não obstante ter sido ela o elo; Desavenças na Unidade Técnica para o Investimento Privado e Unidade Informação Financeira; A assinatura falseada do Vice-Presidente da República na mão do magnata.


Entretanto, o que terá passado ao lado da opinião publica e publicada é o caso do eriteu Million Isaac Haile, que foi a maior vítima da delegação tailandesa , ou seja, o seu “sonho dourado” levou-lhe ao encarceramento.


Aliciado pelo cheque de milhões, endividou-se dos seus companheiros de negócio para entregar de bandeja ao magnata AKZ 23 milhões (equivalente a 50 mil dólares), a fim de se constituir sócio da fictícia empresa do bilionário tailandês. Por isso, mais detalhes, só lendo o “manual de jornalismo inovador”, a “Burla Tailandesa: Para além do processo”. É é verdade, é mesmo para além do processo.