Menongue - O Serviço de Investigação Criminal (SIC), no Cuando Cubango, apresentou, em Menongue, ao governador da província, Júlio Bessa, o cidadão chinês Yu Shu apanhado em flagrante na posse de 66 metros cúbicos de madeira preciosa da espécie mussivi, cujo corte está suspenso por um período de dois anos.

Fonte: JA
Sexta-feira, efectivos do SIC vistoriaram cerca de 45 quilómetros de florestas na localidade de Mupembeio, onde surpreenderam um grupo de sete cidadãos nacionais a efectuarem o abate ilegal de árvores mussivi, supostamente a mando do cidadão chinês Yu Shu.

No local, o SIC apreendeu duas tendas de campanha, igual número de motosserras, um tractor e bens alimentares diversos. O cidadão chinês e os sete angolanos vão ser presentes nos próximos dias ao procurador junto do SIC para a legalização da prisão

O governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, que recentemente declarou guerra aberta ao contrabando de madeira em toda a extensão da província, encabeçando pessoalmente uma comitiva multissectorial que apreendeu cerca de 200 metros cúbicos de madeira mussivi, na comuna do Baixo Longa, visitou ontem os estaleiros do cidadão chinês para verificar as apreensões do SIC.

De acordo com o porta-voz da corporação, Anderson Domingos Luhami, os implicados violaram também o despacho do governador provincial do Cuando Cubango, Júlio Bessa, que determina a abertura da campanha de exploração florestal 2020-2021, na região, apenas para permitir a recolha das matas de toda a madeira cortada entre 2017 e 2019.

Explicou que com base no despacho de Júlio Bessa, durante 2020/2021 não serão passadas novas licenças de exploração, estando proibido o corte de árvores para a produção de madeira em toda a extensão da província.

Com mais esta apreensão, o governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, disse que não tem a menor dúvida da existência de uma verdadeira rede de mafiosos que se dedica à pilhagem dos recursos florestais da província, sublinhando que os órgãos de defesa e segurança vão receber todo apoio do governo para um combate implacável ao contrabando de madeira na região.

Júlio Bessa disse, por outro lado, desconfiar que sejam falsos os 30.902 metros cúbicos de madeira declarados pelos diferentes madeireiros como a produção entre 2017 e 2019 que se encontra abandonada nas matas. “Estes números são falsos, razão pela qual assistimos hoje a um corte desenfreado de árvores da espécie mussivi para que possam completar esta cifra”, disse.

Júlio Bessa reafirmou que o governo da província e os órgãos de defesa e segurança vão continuar implacáveis na sua actuação até que a verdade venha ao de cima, pedindo à Associação Nacional dos Industriais e Madeireiros de Angola (ANIMA) para se associarem aos esforços do Executivo para travar estas práticas nocivas às florestas.

“Esta é a segunda apreensão que se faz num curto espaço de tempo, por isso se apertarmos cada vez mais o cerco aos madeireiros, vamos descobrir muitas coisas más”, vaticinou Júlio Bessa.