Luanda - Neto aparece vestido de um heroísmo único em Angola, apesar de não ser o único que terá participado nas guerras de libertação colonial, parece o único a ser reconhecido como um herói, peso as relevantes transgressões que nele pesam. A história não é cega, e sabe – se que, não foi apenas em Neto onde terá aludido o papel de libertador dos agrilhoados pelas algemas coloniais, porém, em variadas figuras nacionalistas que deram o seu melhor quando se entregaram à sério, o irónico nesta narrativa toda, é que Neto, apesar de ser o líder mais assassino de África, é o único que aparece com a distintivo de um super – herói convertido em deus do MPLA.

Fonte: Club-k.net

Na odisseia do MPLA a figura de Neto passou a fazer parte da mitologia política desta organização, assemelhando – se à “Apolo” uma das divindades principais da mitologia greco – romana, filho de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Àrtemis. Neto possui muitos atributos e funções que o auguram à esfera de um deus adorado pelos “camaradas”. Neto é a figura mais venerada de todas as figuras que o antecederam e o sucederam. Nem mesmo os que terão lançado à terra as sementes para germinar o MPLA, não lhes são prestado nenhuma honra, nem dignidade, porém Neto, caracteriza a expressão mais subida da história do MPLA, apesar do mar de desumanidades que tenha desenvolvido contra os seus próprios irmãos de trincheiras.

Na verdade, Neto é um falso herói, por pesar no seu corpo variadas culpas que deixaram o País sobre o azar. Além demais, Neto matou quem lhe terá dado o poder de bandeja, em 1962. Neto terá instalado uma desgraça infindável no núcleo director do MPLA, por essa razão criou – se um clima de crispação no âmago do MPLA tendo instalado uma calamidade no círculo do MPLA ao vociferar num desastre mortal contra os seus camaradas de Partido.

Ao 30 de outubro de 1961, o MPLA desenvolvia variadas acções, uma das quais visou transferir o seu quartel-general, de Conacri à Leopoldville, País que acabava de soltar – se das algemas coloniais. Mário Pinto de Andrade e Viriato da Cruz conduziram essa corrente revolucionária que visava instalar uma luta física contra o império de Salazar, a instalação das bases do MPLA em território congolês visava dar início a uma guerra contra o Estado Novo de Salazar partindo pelas matas do Congo. O Congo – Leopoldville era indubitavelmente o ponto de Partida para uma guerra contra o Governo Colonial. Em Novembro deste mesmo ano, o MPLA instalou – se com força activa na geografia de Leopoldville. Em maio de 1962 a fama do MPLA, como movimento nacionalista e revolucionário correu em todas as artérias de África e do mundo. Ao dia 5 de maio o Movimento discutia a reformulação do seu Comité Director, neste âmbito, Viriato da Cruz (o homem que Agostinho Neto mandou matar na China) defendia o recuo táctico, que se traduzia na retirada de todos os indivíduos mestiços da direcção do MPLA, a famosa teoria da auto – exclusão racial. Mas tal política de auto – exclusão racial, foi um tiro dado no próprio pé.

 

Em julho de 1962, António Agostinho Neto (o maior assassino que o MPLA já teve) torna – se parte integrante da cerimónia de juramento de bandeira dos 91 guerrilheiros do Exército Popular de Libertação de Angola — EPLA, que se encontravam em formação em Marrocos, sob chefia de José Mendes de Carvalho — Hoji ya Henda —, Manuel Guedes dos Santos, António Pereira Africano Neto e José Rodrigues Ferreira. Foi desde então que Buanga Fele (Pinto de Andrade) começou a sentir o sufoco implantado por António Agostinho Neto (Kimbanda).

Viriato da Cruz (Mona a Mundo) viria tornar – se auto – excluso do Comité Director do MPLA em 1962, corroborando com a teoria da auto - exclusão racial imposta por ele próprio, cuja virtude visava tornar mais escuro o Comité Directivo do MPLA. A chegada de Neto instalou um clima desastroso no seio do MPLA, manaram – se divergências insanáveis entre Viriato (Mona a Mundo) e Neto (Kimbanda) que se arrastaram até à I Conferência Nacional do Movimento em Dezembro.

No rescaldo deste evento que consagrou Neto como novo presidente do MPLA, Viriato apontou Neto de ser o símbolo da viragem política do MPLA à direita. Injustamente acusado de se ter apropriado de recursos monetários do Movimento, foi formalmente expulso a 7 de Julho de 1963. Antes disso, porém, os sequazes de Neto (Kimbanda), sob orientação da barbaridade insanável de António Agostinho Neto (Kimbanda), numa violência que tinha por comandante Manuel dos Santos Lima, arrancaram Viriato da Cruz (Mona a Mundo) brutalmente da pensão em que este estava alojado em Leopoldville, e espancaram-no acolitados por soldados congoleses agenciados por Neto. A extensão das agressões físicas foi de uma tal magnitude que Viriato sangrava por todos os lados, despojado no chão. Neto, Lúcio Lara, Iko Carreira e outros dirigentes sequer se coibiram de exibir no rosto um ar trocista, mesmo tendo diante dos olhos um espectáculo tão sórdido que feria profundamente a dignidade e o conceito público de um ex-companheiro da estirpe de Viriato. Mesmo esfacelado e a rastejar no solo, o antigo secretário-geral e criador do MPLA continuou a ser sovado e insultado pelos seus verdugos. Os abusos prosseguiram na penitenciária de Lufungula onde o aprisionaram e humilharam juntamente com outros seus companheiros. Saiu do cárcere entre a vida e a morte até que conseguiu fugir para China, porém, mesmo na China, o ódio de Neto o caçava como um leão à caça de uma presa, pairando em tudo que era canto, disseminando terror entre os chineses que terá levado Viriato à morte certa.

 

Neto tem a marca de um neandertal, um infame assassino, líder perverso, que com a cólera a subir – lhe sobre a cabeça, todas as suas decisões cheiravam morte. A sua acção contra companheiros e o povo angolano tingida de excessiva brutalidade fizeram dele um ícone do barbarismo em Angola. Não se acredita que quão assassino Neto foi, hoje esteja vestido de um falso heroísmo que a ninguém serve (…). Foi sob sua orientação que ao 27 de Maio de 1977 centenas de milhares de angolanos foram torturados, mandados para campos de concentração no Moxico e fuzilados com os seus direitos completamente anulados e sepultados.

Neto não teve o papel de um herói para os angolanos, teve o papel de um déspota, um tirano assaz, cuja chama do seu terror permanece em pé até aos nossos dias. Neto assemelha – se as figuras mais assassinas do “Planeta Terra” como Pol Pot que entre 1975 e 1979, tentou impor no Camboja sua visão particular do maoísmo, o marxismo rural, tirando todo mundo das cidades e forçando-os a trabalhar 18 horas por dia em fazendas, com sepulturas colectivas para quem não aguentasse a jornada da morte. Tendo dizimado um terço dos cambojanos, que morreram sem direito à nenhum julgamento sequer.

António Agostinho Neto assemelha – se ao ex – Rei da Bélgica, Leopoldo II, que com as suas duas mão matou mais de 8 milhões de cidadãos congoleses e do resto do mundo.

 

A alma de Neto, tem o fulgor de Hirohito (imperador japonês) que sob seu comando impôs a barbárie à tomar conta dos soldados japoneses, tendo transformado os soldados japoneses em poderosíssimos canibais. Pior que os verdadeiros antropófagos. Os soldados japoneses cometeram variadas atrocidades comparáveis às dos nazistas na Segunda Guerra Mundial, incluindo o uso de armas biológicas e experiências com prisioneiros. As façanhas praticadas por Neto em Angola ainda têm a semelhança de Hernan Cortés que sozinho conseguiu matar mais de 19 milhões de nativos no México.

No entanto, António Agostinho Neto entrará nos anais da história como um dos maiores assassinos de todos os tempos em África. Sob orientação de Neto, Matias Miguéis (Amadou Bangora), um dos fundadores do MPLA (braço direito de Viriato da Cruz – Mona a Mundo) foi morto em Dolisie (Congo – Brazzaville), o facto, terá decorrido em 1965 com a expressa participação do ex – Presidente congolês Alphonse Massemba – Débat. A execução deste ex – fundador do MPLA (sob orientação do maior assassino da história de África, António Agostinho Neto) terá decorrido concomitantemente com a de outros ex – dirigentes do Partido dos Camaradas, tudo tinha por comando, a ordem advinda do líder divino do Movimento. José Miguel Francisco eleito em Maio para o Comité Director do MPLA foi morto sob orientação de Neto, sem nenhum direito à julgamento.

Não nos esqueçamos que Neto terá orientado a morte de Hoji – ya – Henda por apresentar bastante dinamismo militar em frente de combate, a fama de Hoji – ya – Henda esvoaçava em toda região militar norte, como o feijão a escaldar numa panela sob pressão. Tal fama, despolarizou a ira do “Rei Divino do MPLA”, cuja cólera terá imputado a ordem sob uma bala que alugou de forma definitiva a vida de Henda tendo – o posto à repousar na terra do exílio e do silêncio. Hoji – ya – Henda não perdia batalhas, e estava a fazer sombra ao “Divino Rei”, por ter se oposto à Neto numa das decisões tomada pelo íder – supremo, a morte foi o único remédio a curar a ferida que assolava as relações políticos – militares entre ambas as partes. Fica assim na história a descrição de um herói que em vez de salvar a sociedade angolana condenou – a à morte, sob pretexto de salvar a sua ambição e o orgulho pelo poder Neto violou os “Acordos de Alvor” em 1975 tendo proclamado uma “República” dividida pela guerra, cujos efeitos dos seus erros levaram o País à uma guerra insana que perdurou mais de 30 anos, tendo terminado apenas em 2002 com a morte de Jonas Savimbi em combate.

 

Portanto, Neto é um herói ou um vilão?!