Luanda - Ao longo da minha vida familiar, e sobretudo militar, aprendi os fundamentos da solidariedade, amizade, e de unidade, mas também conheci indivíduos de pouca sensibilidade humana ao ponto de confundirem por ausência de princípios a distinção entre relações profissionais de camaradagem, com a cordialidade.

Fonte: Club-k.net


Ninguém com um mínimo de senso e de responsabilidade neste momento em que o país assiste o evoluir da pandemia Covid – 19, aceitaria fazer uma viagem de mais de trezentos quilômetros, se o objetivo da mesma não tivesse interesse eminentemente público, ou partidário. Os Estatutos do nosso partido MPLA no seu artigo 58 (Reuniões dos Comités Intermédios) na alínea A) do nº 3, estabelece que podem participar das reuniões dos Comités intermédios como convidados e sem direito de voto, os deputados eleitos neste círculo. Por motivos de trabalho e orientação do meu partido, viajei para a província do Cuanza Sul com o objetivo de participar da reunião Extraordinária do Comité provincial do partido, sendo certo que cabe aos primeiros Secretários convocarem as reuniões destes órgãos, cabendo a secretaria apenas providenciar à distribuição das convocatórias aos membros e aos respectivos convidados.

 

Foi neste sentido que no dia 3 de Setembro do corrente ano, pelas 9 horas da manhã recebi um telefonema do camarada Cassala, chefe da Secretaria do comité provincial do partido, a dar-me a conhecer que no dia 5/9/2020, realizar-se-ia a reunião Extraordinária do Comité provincial do partido na província do Cuanza Sul. Outrossim, no mesmo dia que cheguei à província (4/9/2020, pelas 15h), recebo um telefonema do coordenador do Grupo de Acompanhamento do Secretariado do Bureau Político para a respectiva província, a comunicar-me sobre a realização da reunião, o que despoletou-me tal motivação para em seguida preparar a viagem, tendo sido autorizado pela Comissão Nacional da Covid-19 após ter feito o teste.

 

Foi, tão somente este o sentimento da minha ética de responsabilidade pessoal, e imbuído do dever partidário e de cumprimento a uma obrigação estatutária, que no dia 4/09/2020 (Sexta-Feira) levou-me a estar presente na província para participar da reunião. Já na província solicitei para que me fosse entregue a documentação da respectiva reunião, logo por alguns instantes fui informado por intermédio do segundo secretário cessante por via telefónica que o primeiro Secretário provincial do partido, orientou que eu não podia participar da reunião por não ser membro do Comité provincial do partido, a semelhança do que aconteceu com o camarada José Eduardo dos Santos – Presidente Emérito do MPLA. Tudo isto transmitido pelo Camarada segundo Secretário cessante.

 

Esse triste episódio só demonstrou um total desconhecimento das normas dos Estatutos do nosso partido, pelo Sr. camarada activista Job Capapinha que assim se auto denomina nos meios de comunicação social.

 

Dito isto, antes da reunião recebo um convite vindo do Comité provincial para assistir tão somente o acto de abertura da reunião, analisado o convite em que contraria o estabelecido dos Estatutos do partido, decidi declinar o convite que na última hora considerei ser humilhante em desrespeito a minha honra e dignidade. Pelo sucedido, decidi dar a conhecer em primeira instância ao camarada Coordenador do grupo de acompanhamento do SBP à província, ao Coordenador do Círculo provincial dos deputados do partido, e ao Secretário do DIP/CPP.

 

Só não liguei para o Sr. camarada activista Job Capapinha devido ao facto de sempre menosprezar as minhas chamadas, porque o mesmo nunca atendeu e tão pouco devolvia as chamadas. É de facto um activista e não um político governante.

 

Nasci numa família humilde e de bastante sacrifícios onde tive de me dedicar para puder ajudar os meus pais e irmãos, mas com educação, instrução e disciplina tudo isto foi possível. Em 1974 ingresso nas FAPLA, tendo durante 35 anos exercido diferentes cargos de Comandante da região –frente militar, dedicando toda a minha vida em prol da defesa da pátria.

 

Sou parte integrante da assinatura dos Acordos de Bicesse, e Decano dos comandantes da região nos Acordos de Luena. Sr. Camarada Activista Job Capapinha, as nossas biografias não se confundem, pois o meu percurso não tem haver com festas, maratonas, ou bailes. Sr. activista devia deixar de ver sombra da minha pessoa pela sua incapacidade de resolver os problemas da província.

 

Sou frontal no carácter e não me vergo aos insultos que nessa minha idade, só me consome tempo para ter de me dedicar a um activista.

 

Quando fui governador e primeiro secretário também recebi críticas nas redes sociais, o que é absolutamente normal em democracia e acima de tudo quando estamos no exercício de tão nobres funções.

 

Aos meus amigos de caminhada e senhores de um perfil indiscutível, vocês sabem que no meio Castrense sempre a disciplina e o sentido de missão, é por tudo isso que um dia aceitei a vida política activa para contribuir no desenvolvimento do meu país, saindo da minha zona de conforto que é o ambiente militar. Ao meu partido MPLA, por convicção e não por oportunismo, estamos juntos sempre na causa de Angola. Eusébio de Brito Teixeira